quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Conheça o destino dos presidentes latinoamericanos que fizeram as privatizações em seus países!


Sabe o que aconteceu com os presidentes que fizeram privatizações em seus países, no auge da onda neoliberal nos anos 1990?

- O presidente do México que fez a privatização fugiu para a Irlanda e hoje vive escondido num bunker na cidade do México.

- O presidente da Bolívia que fez a privatização saiu a correr para o aeroporto ao gritos de “assassino! ” e fugiu para Miami (Miami!).

- O presidente do Peru que fez a privatização está numa cadeia peruana.

- O presidente da Argentina que fez a privatização arrumou um mandato de senador para escapar da cadeia.

- E no Brasil… Fernando Henrique Cardoso (PSDB) cobra R$ 50 mil para dar palestras e tem seus livros medíocres comentados com grande carinho em toda a mídia corporativa.

Até quando vamos tolerar isso? CPI DA PRIVATARIA JÁ! CADEIA PARA FHC, SERRA E TODOS OS OUTROS BANDIDOS QUE FICARAM MILIONÁRIOS ÀS CUSTAS DO DINHEIRO PÚBLICO!

Pescado no Blog do Saraiva

Cocaína, papel e imprensa

domingo, 18 de dezembro de 2011

Música do churrasco de domingo



El Norte y sus McDonald's
basketball y rock'n rollSus topless sus
Madonas y el abdomen de Stallone
Intelectuales del bronceado, eruditos del supermercado
Tienen todo pero nada lo han pagado
Con 18 eres un niño para un trago en algun bar
Pero ya eres todo un hombre pa' la guerra y pa' matar
Viva Vietnam y que viva Forrest Gump
Viva Wall Street y que viva
Donald TrumpViva el Seven Eleven
Polvean su nariz y usan jeringa en los bolsillos
Viajan con marihuana para entender la situacion
De este juez del planeta que lanza una invitacion
Cortaselo a tu marido y ganaras reputacion
Las barras y las estrellas se adueñan de mi bandera
Y nuestra libertad no es otra cosa que una ramera
Y si la deuda externa nos robo la primavera
Al diablo la geografia se acabaron las fronteras
Si el Norte fuera el Sur serian los Sioux los marjinados
Ser moreno y chaparrito seria el look mas cotizado
Marcos seria el Rambo Mexicano
Y Cindy Crawford la Menchu de mis paisanos
Reagan seria Somoza
Fidel seria un atleta corriendo bolsas por Wall Street
Y el Che haria hamburguesas al estilo double meat
Los Yankees de mojados a Tijuana
Y las balsas de Miami a la Habana, si el Norte fuera el Sur
Seriamos igual o tal vez un poco peor
Con las Malvinas por Groenlandia
Y en Guatemala un Disneylandia
Y un Simon Bolivar rompiendo su secreto
Ahi les va el 187, fuera los Yankees por decreto
Las barras y las estrellas se adueñan de mi bandera
Y nuestra libertad no es otra cosa que una ramera
Y si la deuda externa nos robo la primavera
Al diablo la geografia se acabaron las fronteras
Si el Norte fuera el Sur, seria la misma porqueria
Yo cantaria un rap y esta cancion no existiria

sábado, 17 de dezembro de 2011

Se foi a cantora dos pés descalços

E Raul segue vivo na noite nebulosa

Aconteceu assim: um candidato fazia um movimento e talvez pensasse em outro, o de compor um aliança política no lado em que a vitória seria mais fácil. Há muito tempo a idéia de mudar o mundo perdeu para o pragmatismo do assalto ao palácio, mas há coisas que não morrem bem assim. Porque simplesmente estava no meio do palco um sobrevivente de outros tempos, onde era preciso silenciar, resistir aos generais e seguir cultivando sonhos escondidos na gaveta. Mudar o mundo estava na ordem do dia, e ideais não são moeda de troca por vinhos, festas e palácios. Ideais são aquela coisa fora de moda que não se compra, não se vende, não se negocia. Mesmo que tenham que ficar escondidos na gaveta.

Os tempos são outros, nessa época de flexibilizações políticas contorcionistas e termos hipocritamente polidos do politicamente correto. Esqueceu-se fácil demais a dor do choque, do pau de arara, do silêncio e das gerações e pessoas assassinadas. No país de Macunaíma, os projetos vão trocando de cor, lado e dono como se fosse a ordem natural das coisas. Mas a memória, essa arma que atira contra a mesmice, é insistente e teimosa. E salta nela um belo texto de Tabajara Ruas, lembrando então de um uruguaianense alto com jeito de bonachão, que jogava basquete muito bem e circulava com lupa na mão na densidade do marxismo e que um dia sumiu durante a ditadura. Um tempo depois, foi visto sendo largado de um carro, na rua da ladeira no centro de Porto Alegre. Sobreviveu à tortura, estava vivo. Tabajara lembra que, de soslaio, naquela noite, viu Raul na noite fria. E fez daquela imagem um presente da vida.

A vida é essa novela de destino incerto e rumo imprevisível. Vi Raul pela primeira vez num papo informal para estudantes secundaristas do Julinho, paciente e didaticamente trançando no fulgor de nossos sonhos adolescentes os caminhos de uma possível revolução. Eram tempos ainda confusos, de redemocratização e muitas descobertas. Minha irmã tinha estudado filosofia na UFRGS e tudo o que sabia de Marx era apenas o nome, data do nascimento e da morte. Ouvi Raul atentamente com o Manifesto Comunista alojado na bolsa de couro. E desde então essa memória teimosa me persegue, isso de carregar sonhos na mochila, essa insana utopia de achar que o mundo não pode ser um mercado persa, essa mania de nunca esquecer aquela frase bárbara do Capitão Rodrigo: “Pra ajeitar esse mundo, não hai nada melhor que uma guerra”.

As guerras são outras, mas ainda acho que vale carregar convicções na ponta da lança. Ultimamente, da minha mirante desse mundão véio sem porteira, vejo um partido que enterrou a revolução junto com os dinossauros cedo demais, vejo senhores engravatados com o olhar brilhando nas rodas burguesas, escuto papos sobre os melhores vinhos nas mesas dos melhores restaurantes e entendo perfeitamente que a pobreza jamais foi virtude revolucionária – desde que esses senhores quisessem essa vida de poder e fausto para todos.

Foi assim que, ao acompanhar pelo noticiário uma disputa que indicaria o candidato do PT à prefeitura de Porto Alegre, vejo Raul de novo surgir na cena da noite nebulosa da política e se lançando como candidato de um partido que, internamente, tinha optado por isso: candidatura própria. Corria nos bastidores que o outro candidato mirava a vice do prefeito-favorito das eleições. Raul entrou no páreo para clarear a disputa e, enfim, fazer com que tudo voltasse ao princípio: candidatura própria não é candidatura laranja. Ao ver a derrota interna, evitando disputas para não rachar o partido, Raul retirou-se do páreo.

Imagino Raul de cabeça erguida, a cancha em silêncio e uma constrangedora vitória adversária com o amargo sabor de um xeque-mate. Na noite fria e nebulosa da política de resultados, Raul Pont aparece vivo, com um luzeiro na mão. No horizonte, o impossível. Mas o luzeiro insiste em não cair da mão.

O texto é do jornalista, Renato Dalto no imperdível blog  RS Urgente

Só mesmo no Brazil-zil-zil

Pergunto aos meus intrigados botões por que a mídia nativa praticamente ignorou as denúncias do livro de Amaury Ribeiro Jr., A Privataria Tucana, divulgadas na reportagem de capa da edição passada de -CartaCapital em primeira mão. Pergunto também se o mesmo se daria em países democráticos e civilizados em circunstâncias análogas. Como se fosse possível, digamos, que episódios da recente história dos Estados Unidos, como os casos Watergate ou Pentagon Papers, uma vez trazidos à tona por um órgão de imprensa, não fossem repercutidos pelos demais. Lacônicos os botões respondem: aqui, no Brazil-zil-zil, a aposta se dá na ignorância, na parvoíce, na credulidade da plateia.

A mídia nativa segue a produzir seus
estrondosos silêncios. Mas o Brasil é outro.
 Foto: Michelangelo. Século XVI. Afresco
Ou, por outra: a mídia nativa empenha-se até o ridículo pela felicidade da minoria, e com isso não hesita em lançar uma sombra de primarismo troglodita, de primeva indigência mental, sobre a nação em peso. Não sei até que ponto os barões midiáticos e seus sabujos percebem as mudanças pelas quais o País passa, ou se fingem não perceber, na esperança até ontem certeza de que nada acontece se não for noticiado por seus jornalões, revistonas, canais de tevê, ondas radiofônicas.

Mudanças, contudo, se dão, e estão longe de serem superficiais. Para ficar neste específico episódio gerado pelo Escândalo Serra, o novo rumo, e nem tão novo, se exprime nas reações dos blogueiros mais respeitáveis e de milhões de navegantes da internet, na venda extraordinária de um livro que já é best seller e na demanda de milhares de leitores a pressionarem as livrarias onde a obra esgotou. A editora cuida febrilmente da reimpressão. Este é um fato, e se houver um Vale de Josaphat para o jornalismo (?) brasileiro barões e sabujos terão de explicar também por que não o registraram, até para contestá-lo.

Quero ir um pouco além da resposta dos botões, e de pronto tropeço em -duas razões para o costumeiro silêncio ensurdecedor da mídia nativa. A primeira é tradição desse pseudojornalismo arcaico: não se repercutem informações publicadas pela concorrência mesmo que se trate do assassínio do arquiduque, príncipe herdeiro. Tanto mais quando saem nas páginas impressas por quem não fala a língua dos vetustos donos do poder e até ousa remar contracorrente. A segunda razão é o próprio José Serra e o tucanato em peso. Ali, ai de quem mexe, é a reserva moral do País.

Estranho percurso o do ex-governador e candidato derrotado duas vezes em eleições presidenciais, assim como é o de outra ave misteriosa, Fernando Henrique Cardoso, representativos um e outro de um típico esquerdismo à moda. Impávidos, descambaram para a pior direita, esta também à moda, ou seja, talhada sob medida -para um país- que não passou pela Revolução Francesa. Donde, de alguns pontos de -vista, atado à Idade Média. O movimento de leste para oeste é oportunista, cevado na falta de crença.

Não cabe mais o pasmo, Serra e FHC tornaram-se heróis do reacionarismo verde-amarelo, São Paulo na vanguarda. Estive recentemente em Salvador para participar de um evento ao qual compareceram Jaques Wagner, Eduardo Campos e Cid Gomes, governadores em um Nordeste hoje em nítido progresso. Enxergo-o como o ex-fundão redimido por uma leva crescente de cidadãos cada vez mais conscientes das -suas possibilidades e do acerto de suas escolhas eleitorais. Disse eu por lá que São Paulo é o estado mais reacionário da Federação, choveram sobre mim os insultos de inúmeros navegantes paulistas.

Haverá motivos para definir mais claramente o conservadorismo retrógado de marca paulista? E de onde saem Folha e Estadão, e Veja e IstoÉ, fontes do besteirol burguesote, sempre inclinados à omissão da verdade factual, embora tão dedicados à defesa do que chamam de liberdade de imprensa? Quanto às Organizações Globo e seus órgãos de comunicação, apresso-me a lhes conferir a cidadania honorária de São Paulo, totalmente merecida

Mino Carta no editorial da Carta Capital

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

‘A vã procura por uma gostosa’

O jornalismo de entretenimento é uma seara curiosa. Numa revista masculina, por exemplo, a escrita é quase um penduricalho. Quem folheia, ou clica, quer saber das fotos, das curvas, das poses. No máximo, bate os olhos nas legendas.
Estudamos quatro anos para espalhar
 preconceitos, reforçar o sexismo,
 e jogar para a plateia. Foto: Flickr
Por isso talvez tenha passado desapercebida a gracinha de página inteira feita por uma certa publicação que, num lapso de criatividade, resolveu tirar sua casquinha no Judas da vez: os estudantes da USP que entraram em evidência graças aos invasores da reitoria.

A ideia era de fazer inveja a “Borat”, o personagem de Sacha Baron Cohen escalado para retratar a sociedade americana sob a ótica de um repórter do Cazaquistão. O desafio, por estes lados, era circular entre os estudantes da maior universidade do seu continente à procura da versão tupiniquim da Camila Vallejo, a lindíssima estudante chilena que ganhou o mundo por conta dos olhos azuis e da atuação política. Se fosse encontrada, a uspiana seria convidada a posar nua na revista – mas era uma piada, avisa a reportagem.

O título: “A vã procura por uma gostosa na USP”.

Não se sabe onde a apuração foi concentrada. Mas, pelo trabalho, a conclusão foi que, na USP, a “práxis” estudantil é mais recorrente que o “xampu”. E que blusinhas usadas pelas meninas só servem para esconder os “seios nada volumosos”. Que seria mais fácil colocar as “comunas” da USP em revistas de bizarrices. E que a única revolução realmente necessária na universidade é a revolução estética.

As sacadinhas soam como piada pronta. Do tipo: a “nipo-cocota” veste uma calça “mais justa do que a distribuição de renda na Albânia”? Entendeu? (É nessas horas que sentimos falta das risadinhas da série “Friends” ao fundo).

Tudo isso pode até caber num show de stand up comedy e suas consequências jurídicas.
Quando desemboca no jornalismo, é bom ligar o alerta.
É aí que perdemos o pé da função real da profissão, que é relatar boas histórias, dar vida a bons personagens, pressionar o poder público por melhorias, expor desvios secretos ao conhecimento geral.

O artigo é do Matheus Pichonelli na Carta Capital

Brasil é a 6ª potência mundial


Brasil ultrapassou o Reino Unido, avança a "Economist Intelligence Unit", empresa de consultadoria pertencente ao grupo da revista "The Economist".  
Maria Luiza Rolim Exame Expresso


O Reino Unido já não é a 6ª maior potência económica do mundo, tendo sido ultrapassado pelo Brasil, que passou a ter este ano o sexto maior produto interno bruto (PIB) medido em dólares à taxa de câmbio corrente.

A informação é da empresa de consultadoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), confirmando assim, e antecipando, as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2011.

Tanto o FMI como a EIU e o Business Monitor International (BMI) haviam previsto que o Brasil ultrapassaria até ao final do ano o Reino Unido, passando a ocupar o lugar de sexta maior economia mundial.

De acordo com as projeções da EIU,  o Brasil perderá a 6ª posição para a Índia em 2013 mas voltará a recuperar o lugar no ranking em 2014, ano do Mundial de Futebol, ao ultrapassar a França.

PIB cresce acima dos países ricos

A diferença do PIB estimado para o Brasil até ao final  do ano - 2,44 mil milhões de dólares (mesmo considerada a redução da projeção de crescimento de 3,5% para 3%) e o PIB do Reino Unido (2,41 mil milhões, com crescimento de 0,7%) é de 1,2%, diferença que poderá facilmente triplicar.

A EIU refere que o Brasil continuará a subir no ranking das grandes potências, de modo a que até ao fim da década - de acordo com as projeções - o PIB brasileiro será maior do que o de todos os países europeus.

Segundo o "The Word Economy", de Angus Maddison, em 1820 o PIB britânico, sem as colónias,  era 12,4 vezes maior do que o do Brasil; em 1870 era 14,3 vezes superior; e em 1913, 11,7 vezes mais elevado.

Em 2009, o PIB do Brasil ultrapassou os do Canadá e Espanha, passando a ser o oitavo do mundo, e em 2010 ultrapassou o de Itália.

domingo, 11 de dezembro de 2011

A inútil “moralidade” seletiva da mídia

O que faria uma pessoa abrir uma empresa num paraíso fiscal?
Imagine se a filha ou o genro de Dilma Rousseff o fizessem?
Ou se este genro de Dilma Rousseff repassasse, desde uma empresa (sua) nas Ilhas Virgens uma bolada de dinheiro para outra sua empresa no Brasil e, acionado por dívidas previdenciárias, não tivesse nem mesmo um automóvel em seu nome para ser penhorado?
Ou se a filha da Presidenta estivesse respondendo na Justiça pela quebra do sigilo bancário de 60 milhões de pessoas, por acesso indevido aos cadastros do Banco do Brasil?
Ou se um diretor do Banco do Brasil comprasse, por operações cruzadas, praticamente uma prédio inteiro da Previ, caixa de previdência dos funcionários?
Tudo isso aconteceu e está documentado no livro de Amaury Ribeiro Júnior, com uma única diferença.
Os parentes eram de José Serra, não de Dilma Rousseff.
O que basta para não ser notícia nos nossos “moralíssimos” jornais.
Quando se age assim, desparece a autoridade moral para criticar.
E se enganam se acham que vão poder abafar o caso com a falta de notícias.
O livro de Amaury Ribeiro puxou vários fios da meada imunda das privatizações.
E este novelo vai ser exposto.
Ontem, aqui, já mencionamos um deles.
A AES, empresa americana que comprou a Eletropaulo e a Cemig – de uma forma que deixou até Itamar Franco, dócil às privatizações, indignado – também faz negócios com as elétricas brasileiras a partir das Ilhas Virgens.
Lá, em algumas simples caixa postal, ficam a dúzia de empresas-fantasmas que exploram a conta de luz dos paulistas e devem um fortuna ao BNDES.
A imagem é reproduzida de um dos contratos que se fez para encontrar saída para esta escandalosa inadimplência e favoritismo.
Contratos subscritos pelo srs. Britaldo Soares e Eduardo Berini, que são diretores da Eletropaulo e/ou procuradores de duas dúzias de empresas-fantasmas, que só existem no cartório do paraíso fiscal caribenho.
A privatização das empresas estatais é o maior escândalo da história do Brasil.
E, com os jornais ou contra eles, virá à tona.

Leia mais no Tijolaço

Música do churrasco de domingo

Onde estão as mulheres na TV


Diz a regra número 1 de Jornalismo que jornalista não é notícia a não ser quando morre estraçalhado pela mina em que pisou, como o húngaro Robert Capa, em 1954, ou pela metralhadora da favela carioca de Antares, como Gelson Domingos, mês passado.
Diz a regra número 2 que Jornalismo é combate no dia a dia e o resultado é escrito, televisado, difundido em rádio, internet ou celular para o leitor julgar, ele próprio, o que viu, sentiu, registrou.
Diz a regra número 3 que Jornalismo não é e nunca deveria ser conversa de sala de estar entre amigos, muito menos entre marido e mulher – e, pior, na hora do jornal televisivo de maior audiência porque fica encalacrado entre duas novelas, ponto alto do ibope.
O Jornal Nacional de segunda-feira (5/12) feriu as três regras: jornalista virou notícia de um quarto de hora, o que deveria ser o esperado de um profissional passou a ser apresentado como matéria especial, e a conversa entre Patrícia Poeta, Fátima Bernardes e o marido William Bonner não só virou extensão das telenovelas como comeu um precioso tempo para as notícias surpreendentes, aguardadas há muito.
Sonho declarado
Mulheres na TV brasileira sempre intrigam porque os cabelos são impecáveis, as roupas estalam de butique, o botox sempre no lugar, a voz às vezes escorregada ou sensual, mas o assunto – ah!, o assunto – não faz jus à opção feminista dos anos 1960, quando nos propusemos a virar a mesa e mostrar quantos neurônios estavam para ser descobertos.
De repente tudo vira novela na Globo, cada jornalista desfia sua história pessoal e a paixão pela profissão. Mas há muito tempo uma reportagem não estremece um coração ou uma investigação instiga os neurônios do lado de lá da telinha. O Globo Repórter virou caçada, natureza em flor, a beleza do nosso sertão. O zapping dominical nos conduz a pratos típicos e receitas culinárias detalhadas, bobagens de insustentável leveza. Tudo naturalmente voltado para o público feminino porque os homens estão plugados no futebol.
E o que deveria ser a grande reportagem com jornalistas de raça enfiadas de corpo e alma no lamaçal, apresentando histórias de peso mesmo descabeladas, desgrenhadas e com jeito de gente real, virou uma raridade, quase um oásis no tempo dos big brothers onde tudo soa tão natural e quase verdade.
O choque maior são as mulheres na TV, as mulheres da TV, as mulheres que fazem a TV. Por que sempre tão iguais e previsíveis, por que William Bonner tem de mostrar um filminho com as reportagens banais de uma Fátima Bernardes, sua mulher, entrevistando na praia, consolando uma vítima, respondendo a pergunta quase infantil “onde está você?”. Para Fátima soltar a bomba, o furo: depois de suados 24 anos de jornalismo – e 14 de apresentadora do JN – vai ter um programa próprio.
Ainda tivemos de ouvir da nova apresentadora Patrícia Poeta, também apontada como grande repórter, que todo o Brasil adoraria estar ali no lugar dela para dizer à Fátima como o povo anda louco para ver seu novo programa matinal que não sabemos se será tipo Xuxa ou o quê.
Ao mesmo tempo Bonner anda espalhando que tem um sonho. Não, não se trata de coberturas perigosas de repórteres especiais com tempo para apurar as milhares de histórias que carecem de divulgação neste país. O sonho de Bonner é apresentar um programa automobilístico. Sai Sérgio Chapelin entra Bonner. Como ele declarou, “gosto de carro, gosto de vinho, gosto de corrida”.
Dúvida atroz
A explicação de Bonner para a escolha de Patrícia faz as mulheres pensarem realmente que (neurônio, não) sem xampu não chegam lá. “Patrícia tem uma versatilidade enorme. Faz o Oscar, entrevista celebridades, além de ser conhecida no horário nobre.” Quase nos faz esquecer o resto: “Também fez desdobramentos dos ataques do 11 de setembro, eleições americanas, reportagens sobre presídios”. Em tempo, Patrícia morou nos Estados Unidos. E está saindo do previsível Fantástico.
Mas o que realmente contou na decisão foi a possibilidade de cumprir sua meta. Grandes reportagens? Não, Bonner explicou. “Informalidade, falar direto com as pessoas. Nós mudamos o JN no enquadramento da câmera, na linguagem. Que não chega a ser coloquial, mas a informalidade é uma obsessão minha.”
Vai chegar um dia em que veremos na TV uma repórter enrugada, quem sabe de cabelos brancos, apresentando reportagens tão impressionantes que vão dar orgulho da paixão por esta profissão, da virada de mesa nos anos 1960, de ver a mulher no lugar onde deveria estar no vídeo depois de meio século de opção feminista. Quem disse que serão feias? Algumas até surgem na Globonews, aqui e acolá em outra emissora, muitas no noticiário internacional, francês, inglês, americano, espanhol, escandinavo. No Jornal Nacional, terra dos Simpsons e da mulher maravilha, vamos ficar aguardando como a diretora-gerente do FMI Christine Lagarde na coletiva mostrada semana passada na TV, ao perguntar nos bastidores para o mediador William Waack: “Só uma mulher para perguntar? Onde estão as mulheres [deste país]?”

Artigo de Norma Couri no Observatório de Imprensa

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Relendo o que já sabia e que a mídia escondia

Como o livro do Amaury bota o Cerra em cana


O Gaspari de muitos chapéus vai se arrepender amargamente de ter inventado esse maldito termo “privataria”.

Logo ele, o único a que, de verdade, o Padim Pade Cerra dá ouvidos.

Os dois trocam receitas de veneno, nas conversas madrugada adentro.

É que o livro que vai levar o Cerra à PF Hilton tem esse título:

“A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Júnior, lançado pela Geração Editorial e a que a Carta Capital primeiro teve acesso.

O livro oferece ao Zé (vejam por que os amigos de Dantas chamam o Ministro da Justiça, carinhosamente, de Zé) Cardozo, e, portanto, à ex-Republicana Polícia federal, e ao brindeiro Roberto Gurgel, o guardião da sociedade, a oportunidade ímpar de botar o Cerra na cadeia.

Ele e o que o Amaury chama de “clã Serra”.

Vamos por partes.

O Amaury prova exaustivamente, já que tudo o que diz se acompanha de documentos:

- o genro de Cerra é um lavador de dinheiro e seus bens estão indisponíveis;

- a filha de Cerra é uma lavadora de dinheiro e violadora de sigilos fiscais e bancários; e, por isso, está indiciada num processo;

- Cerra e seu sócio e cunhado Preciado (o Fernando Rodrigues perdeu a oportunidade de entrar para a História do Jornalismo Investigativo …) fizeram uma tramóia com um terreno no Morumbi;

- seu cunhado e sócio Preciado operava o Banespa e, mesmo falido, comprou uma empresa na privatização;

- outro sócio de Cerra, o Rioli lavou dinheiro e operou uma empresa falida, a Calfat com dinheiro público; por isso, mereceu de Amaury o epíteto “Mandrake das privatizações”.

- Cerra escondeu da Justiça Eleitoral suas operações comerciais com Rioli e Preciado;

- Ricardo Sergio de Oliveira, chefe da tesouraria das campanhas do Cerra E DO FERNANDO HENRIQUE é  um “manual da roubalheira”.

Ricardo Sergio, também chamado de “Mr. Big” fez de tudo:

- lavou dinheiro para a filha e o genro do Cerra;

- recebeu propina da Carlos Jereissati, sócio de Sergio Andrade na trampa da BrOi;

- ajudou a montar a trampa da privatização do Daniel Dantas – é aquele momento Péricles de Atenas do Governo Cerra/FHC: “se der m… estamos todos no mesmo barco”.

(Depois Jereissati, desinteressadamente, contribui para a campanha do Cerra com um valor infinitamente menor do que aparece no livro do Amaury. )

Ricardo Sergio foi apresentado ao Cerra pelo Clovis Carvalho, que o Fernando Henrique queria fazer Ministro da Fazenda do Itamar, quando saiu do Governo para ser candidato.

(Quem disse isso ao ansioso blogueiro foi o próprio Farol, dentro de um avião da ponte aérea Nova York – Washington.)

Um dia, no restaurante Massimo, quando este ansioso blogueiro frequentava o Massimo e falava com o Gaspari, o ansioso blogueiro contou que o Ricardo Sergio o processava.

Mr. Big foi um dos pioneiros nessa lista que enobrece o ansioso blogueiro – clique aqui para ler sobre as 41 ações que movem contra ele e, não perca !, a “Galeria de Honra Daniel Dantas”.

Gaspari disse assim: vou falar com o Cerra para acabar com isso.

(Quem acabou foi a Justiça. O advogado Manoel Alceu Affonso Ferreira, defensor deste ansioso blogueiro, botou o Ricardo Sérgio para correr.)

Tem a lavagem de dinheiro de diamantes, operação que contou com o brilho do Ricardo Sergio.

Ricardo Sergio foi quem criou o “business plan” – mostra o Amaury – para as operações subsequentes do banqueiro condenado, Daniel Dantas – e do genro e filha do Cerra.

Lá está, em todas as tintas, o doleiro Messer, que conhece a alma tucana ainda melhor do que o Ciro Gomes.

Ricardo Sergio aparece de corpo inteiro ao receber propina para privatizar a Vale.

A Vale, aquela que, segundo o Fernando Henrique, foi vendida a preço de banana a pedido do Cerra.

- Um último item deste roteiro para levar o Cerra ao PF Hilton seria acompanhar os documentos que o Amaury publica sobre suas relações com a empresa de arapongagem e montagem de dossiês, a Fence.

A Fence foi trabalhar para o Governo de São Paulo, jestão Cerra, sem licitação …).

A Fence, do “Dr. Escuta”, trabalha para ao Cerra desde os bons tempos do Marcelo Lunus Itagiba no Ministério da Saúde, onde a Roseana Sarney foi devidamente defenestrada da campanha presidencial de 2002.

A Fence voltou ao Governo de São Paulo, como Cerra, no âmbito da Prodesp, a empresa de processamento de dados (sigilosos, do Estado de São Paulo).

Um escárnio.

Ficou lá, a trabalhar para os altos desígnios eleitorais do Cerra, até que o Geraldo Alckmin rompesse o contrato.

Só a Fence e o “Dr Escuta” davam uns dez anos de cadeia ao Cerra (os mesmos dez que o corajoso Juiz Fausto De Sanctis outorgou ao banqueiro condenado).

Se o Zé Cardozo e o brindeiro Gurgel quiserem trabalhar …

Muita gente achava que, se os discos rígidos fossem abertos, a República parava por dois anos.

Foi por essas e outras que a Douta Ministra Ellen Gracie, em boa hora substituída, estabeleceu notável Sumula Vinculante, que rege muitas decisões pelo país afora: Dantas não é Dantas, mas Dantas.

Muita gente achou que a Satiagraha ia sacudir o coreto dos tucanos.

E vai mesmo.

A I e a II.

Por isso, foi um Deus-nos-acuda e teve quem chamou o Presidente “às  falas”.

O Amaury tranquilizou todo mundo.

Deixa os discos rígidos, adormecidos, sob as doutas nádegas do Ministro Eros Grau, que os sequestrou do Juiz De Sanctis.

A Satiagraha I daqui a pouco ressuscita, apesar do Dr Macabu.

Mas, antes disso, as vísceras tucanos vieram à mostra.

Zé e brindeiro: ao trabalho !


Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Como a mídia brasileira sufoca a liberdade de expressão



Vídeo fundamental para entender de uma vez por todas como a oligarquia midiática destrói um dos nossos direitos fundamentais, que é o direito à comunicação.
Didático, a matéria mostra que a concentração dos grandes veículos de comunicação na mão de poucas famílias beira a monarquia, já que o poder é transmitido de pai para filho.

Em pleno século XXI, é vergonhoso para o Brasil que a pornográfica distribuição de concessões de rádios e TVs feitas por (e para) políticos e empresários picaretas no século passado ainda renda esse atraso monstruoso da mídia que, a despeito da sua milionária estrutura física e técnica, faz jorrar todos os dias uma programação de péssima qualidade para os brasileiros. E quando alguém ousa "competir" com esse poder midiático (montando, por exemplo, uma rádio comunitária), eis que todo o poder constituído se une (oligarcas da mídia, políticos, governos, ANATEL, polícia, Justiça etc.) para confiscar, prender, multar e processar aquele que cometeu o crime de tentar - como faz a poderosa mídia - se comunicar de forma eficaz com os seus iguais.

E como mudar tal estrutura se a maioria dos políticos e empresários tem interesse direto ou indireto em deixar tudo do jeito que está? Digo "direto" porque muitos políticos são privilegiados donos de rádios e TVs - e foi exatamente por causa disto que conseguiram se eleger; e digo "indireto" porque a outra parcela de políticos (os que não são donos de veículos de comunicação), certamente recebem apoio daqueles que detém o "poder midiático".

Este vídeo foi postado originalmente com o nome "Levante a Sua Voz". Eis o crédito do mesmo:

Vídeo produzido pelo Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social com o apoio da Fundação Friedrich Ebert Stiftung remonta o curta ILHA DAS FLORES de Jorge Furtado com a temática do direito à comunicação. A obra faz um retrato da concentração dos meios de comunicação existente no Brasil.

Roteiro, direção e edição: Pedro Ekman
Produção executiva e produção de elenco: Daniele Ricieri
Direção de Fotografia e câmera: Thomas Miguez
Direção de Arte: Anna Luiza Marques
Produção de Locação: Diogo Moyses
Produção de Arte: Bia Barbosa
Pesquisa de imagens: Miriam Duenhas
Pesquisa de vídeos: Natália Rodrigues
Animações: Pedro Ekman
Voz: José Rubens Chachá

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Efeitos da pregação midiática


A velhacaria parte do anonimato da internet mas não esconde
 os herdeiros da Casa-Grande. Foto: Yuri Cortez/AFP
No princípio era e é a mídia. A primazia vem de longe, mas se acentua com o efeito combinado de avanço tecnológico e furor reacionário. De início a serviço do poder até confundir-se com o próprio, um poder ainda medieval de muitos pontos de vista, na concepção e nos objetivos.

Ao invocar o golpe de Estado de 1964, os editorialões receitavam o antídoto contra a marcha da subversão, obra de pura fantasia, embora os capitães do mato, perdão, o Exército de ocupação estivesse armado até os dentes. Marcha da subversão nunca houve, sequer chegou a Revolução Francesa.  Em compensação tivemos a Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade.

Há tempo largo a mídia cuida de excitar os herdeiros da Casa-Grande ao sabor de pavores arcaicos agitados por instrumentos cada vez mais sofisticados, enquanto serve à plateia, senzala inclusive instalada no balcão, a péssima educação do Big Brother e Companhia. Nem todos os herdeiros se reconhecem como tais, amiúde por simples ignorância, todos porém, conscientes e nem tanto, mostram se afoitos, sem a percepção do seu papel, em ocasiões como esta vivida pelo presidente mais popular do Brasil, o ex-metalúrgico Lula doente. E o estímulo parte, transparentemente, das senhas, consignas, clichês veiculados por editorialões, colunonas, artigões, comentariões.

Celebrada colunista da Folha de S.Paulo escreve que Lula agora parece “pinto no lixo”, cuida de sublinhar que “quimioterapia é dureza” e que vantagens para o enfermo existem, por exemplo, “parar de tomar os seus goles”. Outra colunista do mesmo jornal, dada a cobrir tertúlias variadas dos herdeiros da Casa-Grande, pergunta de sobrolho erguido quem paga o tratamento de Lula. Em conversa na Rádio CBN, mais uma colunista afirma a culpa de Lula, “abuso da fala, tabagismo, alcoolismo”. A cobra do Paraíso Terrestre desceu da árvore do Bem e do Mal e espalhou seu veneno pelos séculos dos séculos.

Às costas destas miúdas aleivosias, todas as tentativas pregressas de denegrir um presidente que se elegeu e reelegeu nos braços do povo identificado como o igual capaz de empenhar-se pela inclusão de camadas crescentes da população na área do consumo e de praticar pela primeira vez na história do País uma política externa independente. Trata-se de fatos conhecidos até pelo mundo mineral e no entanto contestados oito anos a fio pela mídia nativa. E agora assistimos ao destampatório da velhacaria proporcionado pelo anonimato dos navegantes da internet, a repetirem, já no auge do ódio de classe, as tradicionais acusações e insinuações midiáticas.

Há uma conexão evidente entre as malignidades extraordinárias assacadas das moitas da internet e os comportamentos useiros do jornalismo do Brasil, único país apresentado como democrático e civilizado onde, não me canso de repetir, os profissionais chamam o patrão de colega.
Por direito divino, está claro. E neste domínio da covardia e da raiva burguesotas a saraivada de insultos no calão dos botecos do arrabalde mistura-se ao desfraldado regozijo pela doença do grande desafeto. Há mesmo quem candidate Lula às chamas do inferno, em companhia dos inevitáveis Fidel e Chávez, como se estes fossem os amigões que Lula convidaria para uma derradeira aventura.

Os herdeiros da Casa-Grande até mesmo agora se negam a enxergar o ex-presidente como o cidadão e o indivíduo que sempre foi, ou são incapazes de uma análise isenta, sobra, de todo modo, uma personagem inventada, figura talhada para a ficção do absurdo. De certa maneira, a escolha da versão chega a ser mais grave do que a própria, sistemática falta de reconhecimento dos méritos de um presidente da República decisivo como Lula foi. Um divisor de águas, acima até das intenções e dos feitos, pela simples presença, com sua imagem, em toda a complexidade, a representar o Brasil em tão perfeita coincidência.

Mino Carta, direto da Olivetti na Carta Capital

sábado, 3 de dezembro de 2011

O PIG preocupado com o Lupi. E os EUA com a Dilma


Na sessão plenária da Cúpula de Caracas, presidenta Dilma celebra a criação da Celac
e reforça a importância da integração regional. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

O noticiário do PiG (*) neste sábado se dedica a derrubar o Lupi.

Clique aqui para votar no Não e no Sim: o Lupi deve pedir para sair ?

O partido da Controlar, do leilão de emendas na assembléia legislativa e da concorrência do metrô parece muito preocupado com o emprego do Roberto Freire e da filha do FHC no gabinete do Heráclito Fortes – quer dizer, do Lupi.

Como diria o Mino, é o denuncismo hipócrita

E, por isso, o PiG (*) perseguiu a Dilma em Caracas com o Lupi.

E se esqueceu de entender o que acontecia em Caracas.

O Brasil afirmou sua liderança no grupo de 33 países que formam a América Latina e o Caribe.

A Presidenta disse claramente que pretendia compartilhar a prosperidade brasileira com a comunidade vizinha.

E, ao lado de Hugo Chávez – que o PiG brasileiro ainda não conseguiu derrubar – citou Celso Furtado, como o pioneiro dessa integração econômica latino-americana, como caminho para o desenvolvimento.

(Como se sabe, o pensamento neolibelês (**) brasileiro não conseguiu produzir um pensador à altura de Furtado. O Cerra, por exemplo, jamais escreveu um livro. O FHC renegou a obra. Sobra a Urubóloga, essa, sim, uma legítima contribuição do Brasil ao pensamento neolibelês mundial. Viva a Globo !)

Enquanto o PiG fica preocupado com o Lupi, os Estados Unidos, estão é preocupados com a Dilma e sua diplomacia: uma sequencia perfeita da obra do Nunca Dantes e do grande chanceler Celso Amorim.

Clique aqui para ler “Irã e Síria, Dilma diz não ao Obama”

E aqui para ler o Santayana em “Irã – por trás da Europa estão os Estados Unidos”

Os Estados Unidos não foram à reunião de Caracas.

Nem o Canadá, o México do Norte.

Quando os americanos abrirem o olho …

Não tem importância.

Breve, o Merval, o Fernando Rodrigues e o Waack explicam a eles como é que é …

Leia o Blog do Planalto:

Celac reflete importância geopolítica da América Latina e do Caribe, diz presidenta Dilma

Chefes de Estado da América Latina e do Caribe deram hoje (2) um significativo passo para fortalecer a integração dos países da região. Reunidos em Caracas, na Venezuela, criaram a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que conta com a participação de 33 países. As exceções são os Estados Unidos e o Canadá.


Na primeira sessão plenária da 3a Cúpula de Caracas, a presidenta Dilma afirmou que a Celac é fato político e econômico de “grande envergadura”. A integração regional, reiterou, é condição para que as economias da América Latina e do Caribe enfrentem os desafios impostos pela crise internacional, mantenham suas taxas de crescimento acima das registradas pelo resto do mundo e preservem seus ciclos atuais de desenvolvimento.


“A Celac é a expressão da capacidade que nós tivemos de olhar para nós mesmos e perceber a importância estratégica e geopolítica desta região. O Brasil tem hoje uma economia sólida, diversificada e competitiva, mas nós não queremos olhar só para dentro do Brasil ou para a Europa e os países desenvolvidos. É chegada a hora de construir a nossa prosperidade em conjunto com todos os países da região.”


A Celac nasce da união da Cúpula da América Latina e do Caribe (Calc), voltada para a cooperação entre os países, com o Grupo do Rio, que teve forte atuação política desde os anos 1980. Segundo o Itamaraty, surge para contemplar a nova realidade internacional. Nesta, latino-americanos e caribenhos contribuem para resolver a crise que afeta com seriedade os países ricos. Além disso, a nova organização pode estimular a cooperação e fortalecer a integração regional.


Na sua contundente defesa da integração regional, Dilma Rousseff argumentou que são reais os temores de uma recessão global. E, na contramão do que vive hoje a Zona do Euro, “onde velhos modelos foram colocados em xeque pela especulação financeira”, os países da América Latina e do Caribe devem, segundo ela, perseguir a integração.


“Sabemos que a integração não é um processo de curto prazo ou um caminho de facilidades, mas é uma construção contínua e paciente, com respeito à pluralidade. Há que se respeitar a soberania e a independência das nações. Juntos seremos mais fortes. Juntos podemos crescer de forma solidária e mutuamente benéfica.”


Aos 33 chefes de Estado presentes à Cúpula de Caracas, a presidenta Dilma ressaltou o caráter pacífico da região.


“Nós também somos uma zona de paz, livre de armas de destruição em massa, que cultiva a via do entendimento e do consenso, e que não se deixa tentar por soluções impositivas de um país pelo outro. Aprendemos a lidar com nossas diferenças pelo caminho do diálogo.”

 Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada

Sobre a direita latina desorientada


A direita Latina está bem perdidinha. Aqui já inventaram até novos partidos, perderam
o rumo e o discurso. Nunca tiveram projeto além do entreguismo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Golpe de Estado da Goldman Sachs contra a Grécia e Itália



A situação politico-econômica na Europa já é insustentável. Assistimos impassível as substituições de governo na Grécia e Itália. As grandes redes de comunicação passam apenas flashes sobre o que acontece realmente sobre o assunto, e independente da antipatia que seus dirigentes despertavam em amplos seguimentos da população, na prática esta mudança supõem, substituir os democraticamente eleitos por outros , chamados “tecnocratas” , que não foram eleitos pelo povo e nem familiaridade lhes guarda.
Se o sistema democrático atual já se encontrava em situação deplorável, e apesar de todo alarde feito de que as garantias parlamentares foram respeitadas, isto se constitui tecnicamente em “golpe de estado encoberto”, em que os beneficiados são os mercados e suas estratégias especulativas selvagens. É golpe mesmo, pra que fique bem claro.

Sabes quem são Luca Papademos (atual dirigente grego depois da demissão de Papandreu) e Mariano Monti (agora a frente do governo italiano)? Sabes quem é Mario Draghi (atual presidente do banco central europeu)?
Sabes o que é “Goldman Sachs"?

Lhes explico:

Goldman Sachs: É um dos maiores bancos de investimentos mundiais e co-responsável direto, junto com a agência de qualificação Moody's pela atual críse e um de seus maiores beneficiários. Só a título de lembrança, em 2007 ganharam mais de U$ 4 bilhões em operações de desembocaram neste desastre atual. Como fizeram? Incentivando os Investidores a aplicar em produtos sub-prime, sabendo que este era um produto podre(lixo), e ao mesmo tempo se dedicavam a “apostar” na bolsa pelo fracasso dos mesmos. Isso é apenas a ponta do iceberg, e está tudo bem documentado, podem investigar. Enquanto escrevemos isto, eles estão se forrando na base da especulação de dívidas soberanas.

Papademos: Atual primeiro ministro grego, após a saída de Papandreu. Não eleito pelo povo.
  • Ex presidente do Banco da Federal Reserva de Boston entre 1993 e 1994.
  • Vice presidente do Banco Central Europeu de 2002 à 2010
  • Membro da Comissão Tri-Lateral desde 1998, fundada por Rockefeller, lobby neo-liberal (se dedicam a comprar políticos na base de subornos)
  • Ex presidente do Banco Central grego entre 1994 e 2002. Falsificou as contas do déficit publico do pais com a ajuda ativa da Goldman Sachs o que conduziu praticamente para a atual crise que vive o país.

Mariano Monti: Atual primeiro ministro da Itália depois da queda de Berlusconi. Não eleito pelo povo.
  • Ex diretor europeu da Comissão Tri-Lateral antes mencionada.
  • Assessor da Goldman Sachs durante o período que esta ajudou a mascarar o déficit do governo grego

Mario Draghi: Atual presidente do Banco Central Europeu em substituição de Jean Claude Trichet.
  • Ex diretor executivo do Banco Mundial entre 1985 e 1990.
  • Vice presidente pra Europa da Goldman Sachs entre 2002 e 2006, período que se mascarou o déficit.

Portanto, que tamanha causalidade, todos pela mão da Goldman Sachs. Os que criaram a crise se apresentam agora como única opção viável pra sair dela. Alguns setores da mídia estadunidense está chamando isso de “governo Goldman Sachs na Europa”.
Eles pretendem nos fazer pensar que a “crise” foi uma espécie de escorregão, mas a realidade aponta que por trás dela, existe uma vontade perfeitamente orquestrada pra exercerem o poder direto em nosso continente, em uma manobra sem precedentes na Europa do século XXI. A estratégia dos grandes bancos de investimentos e agencias de classificação é uma variante de outras, já levadas a cabo em outros continentes, vem sendo desenvolvida desde o início da crise e desde meu ponto de vista pretendem:

  • Falir nossos países mediante especulação em bolsa/mercado. Lhes enchemos de medo ao que dirão nos mercados. “Nós controlamos”, a cada dia.
  • Nos obrigar recorrer a empréstimos para mantê-los no “Status Quo”, ou “lhes salvamos”?. Estes empréstimos, são minuciosamente calculados pra que os países não possam pagar, como é o caso da Grécia, que não poderia cobrir sua dívida, mesmo que vendessem o país inteiro. E não se trata aqui de nenhuma metáfora, é matemático isso.
  • Exigir cortes sociais e privatizações em detrimento da cidadania, com a ameaça de que se os governos não efetuarem as reformas “os investidores” se retirarão por “medo” de não recuperar seu dinheiro investidos na dívida e “outros investimentos”.
  • Criar um altíssimo nível de descontentamento social, propício pra que o povo, já dormente, aceite qualquer coisa contanto que saia da situação atual.
  • Colocamos nosso “homens”, onde melhor convenha.

Se lhes parece simples ficção, informe-se: Este tipo de estratégias estão perfeitamente documentadas, e vem sendo implementadas com suas variantes ao longo do século XX e XXI em outros países, notadamente na Latino América por parte dos EUA, quando se dedicavam e “podiam”, ainda se dedicam na medida que podem a asfixiar economicamente, através da divida externa países da Centro América. Criando descontentamento e caos social e aproveitando disso para colocar seus dirigentes e afins no poder, alinhados com seus interesses.
Hoje isto está acontecendo com a Europa, e não porque os EUA o façam, senão o que faz a industria financeira. E o que está ocorrendo diante do olhar impotente e/ou cúmplice de nossos governantes, é o maior roubo jamais realizado na história da humanidade, em escala planetária, são golpes de Estado e violações flagrantes de Estados e de seus povos.



* Não sei quantos além de mim recebeu este e-mail “desabafo” de um cidadão europeu. Resolvi traduzir e publicar. Até porque conhecemos a estratégia e como combatê-la. Agora é a vez deles.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Tempestade em Copo D'água?



Vídeo feito por alunos de Engenharia Civil da Unicamp, em resposta ao vídeo do movimento Gota D'Água. Comente, e entre no nosso site para maiores informações!

www.tempestadeemcopodagua.com

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

PT, sem a reforma política, um caminho sem volta

Há nove anos no poder, num regime presidencialista de coalizão que tem o poder de agregar todos os vícios do sistema partidário, e como partido profissionalizado que tem de competir com os demais por financiamento privado de campanha, o PT chegou ao seu limite.

por Maria Inês Nassif, em Carta Maior

O quadro eleitoral pós-ditadura envelheceu rapidamente porque nunca foi novo. Os partidos se rearticularam em torno das mesmas bases eleitorais do bipartidarismo, que por sua vez incorporou as mesmas práticas do quadro partidário que começou a se consolidar a partir de 1946, a redemocratização pós-Getúlio. Fugiu a essa regra, na redemocratização, o Partido dos Trabalhadores (PT).

Há nove anos no poder, num regime presidencialista de coalizão que tem o poder de agregar todos os vícios do sistema partidário, e como partido profissionalizado que tem de competir com os demais por financiamento privado de campanha, o PT chegou ao seu limite. Existe uma linha tênue que ainda difere a frente de esquerdas formada no final da ditadura militar do modelito das demais agremiações brasileiras. Aliás, muito sutil. Para o partido da presidenta Dilma Rousseff, a reforma política é uma chance de evitar a vala comum dos partidos tradicionais brasileiros.

Em 1994, quando Fernando Henrique Cardoso foi eleito presidente pela primeira vez, o PSDB era um partido pequeno, de quadros e não apenas com uma vocação definida para a negociação, mas em processo de conformação ao neoliberalismo, que se tornava hegemônico globalmente. Ser governo, nadar em direção ao centro, e posteriormente mais à direita, e contar com quadros que deram sustentação ideológica à mudança de rumos do partido que começou social- democrata, facilitaram as alianças necessárias à composição de uma maioria parlamentar sólida.

FHC tinha uma maioria mantida coesa com a ajuda da política tradicional, mas dispunha também de grande convergência de ideias. Fazer um governo do centro à direita , com a característica de unidade ideológica e de similaridade na práticas da política tradicional, foi o achado de estabilidade do governo FHC.

Após a vitória, entretanto, o partido de FHC, com a intenção de amortecer o impacto da aliança com os partidos mais fisiológicos, passou a investir na cooptação de quadros de legendas à sua direita – quadros que não deixaram de ser fisiológicos porque foram para o PSDB, mas, ao contrário, aceleraram a conformação do partido à política tradicional. O PSDB consolidou-se no Norte e no Nordeste graças à ação do “trator” Sérgio Motta que, no comando do partido e do Ministério das Comunicações, fez um trabalho de arregimentação destinado a aumentar rapidamente a bancada e dar maior poder de negociação aos tucanos, na aliança preferencial feita com o então PFL. No Sudeste, o partido comeu o PMDB pelas bordas. No Sul, manteve alguma influência por ter ao seu lado o PMDB.

Era a estratégia de fazer rapidamente um partido grande que, segundo o projeto do grupo original do PSDB, ficaria 20 anos no poder. A porta de entrada era a infidelidade partidária – a possibilidade de mudar de partido sem sofrer punições –, extinta no governo Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral, uma decisão ratificada pelo Supremo Tribunal Federal, por provocação dos partidos governistas no governo FHC, que então eram oposicionistas e sofriam o efeito da perda de quadros para a bancada de apoio ao governo petista.
No final de oito anos de mandato, o PSDB havia sido tragado pela política tradicional. Era um partido com quadros nacionais originários do racha do PMDB, em 1988, aos quais se agregaram caciques vindos de outros, em especial no Nordeste. Nos Estados, todavia, estruturou-se absolutamente enquadrado na fórmula de cooptar o chefe político estadual e dar a ele autonomia para arregimentar os donos do poder nos municípios. A política do varejo passou a ser decidida pelos donos do partido nos Estados, a exemplo do que ocorria com o PMDB do qual rachou o tucanato; a política nacional, por “cardeais” que, no governo federal, davam o rumo ideológico do governo, articulavam “por cima” e garantiam a sua base atendendo aos interesses paroquiais de seus líderes estaduais (e nacionais também).

O PT teve um período de consolidação maior antes de chegar ao poder, em 2002, com Lula; e, como foi criado por quadros que militavam fora da política tradicional, sua absorção ocorreu de forma mais lenta. O partido de militância voluntária, no entanto, foi um modelo que começou a ruir nos anos 90; o discurso antiprofissionalização e anti-institucionalização de alguns grupos perdeu ainda mais força a partir de 1995, quando José Dirceu assumiu a presidência nacional, organizou uma burocracia partidária e estruturou profissionalmente o partido para disputar o poder dentro das regras estabelecidas pelas leis, com as devidas adequações às práticas eleitorais e partidárias, inclusive a entrada do PT no mercado de financiamento privado eleitoral, numa realidade em que o custo da disputa pelo voto aumentava de forma geométrica.

Nos dez anos que separaram a posse de Dirceu na presidência do PT do chamado escândalo do “mensalão”, que tirou o seu poder no governo Lula e no PT, o partido viveu um dilema hamletiano: aprendeu a usar o dinheiro e a mensagem publicitária para angariar votos e montou uma estrutura municipal que não apenas capilarizou seus votos, mas ampliou suas fontes de recursos; e de outro lado, submeteu os grupos mais radicais mas ainda os manteve na órbita do partido, “terceirizando” a esses grupos a tarefa de pressionar internamente por decisões de caráter mais programático e orgânico.

O PT completou com Lula oito tumultuados anos de poder, onde assumiu o desgaste pela inserção plena na forma tradicional de financiar partidos, teve de se escorar na popularidade de Lula e completou o ciclo de regionalização. Segundo um parlamentar petista, nos Estados onde o partido tem mais tradição de organização, já está distritalizado – isso quer dizer que, onde tem prefeitos, consegue eleger deputados estaduais e federais. Esse é um indicativo bastante forte de que, do ponto de vista funcional, o partido já opera de forma muito semelhante aos demais.

Proliferam também, Brasil afora, situações onde os grupos do PT mantém-se rachados em relação aos governos estaduais e municipais: dividem-se na escolha dos candidatos, os grupos vencidos se afastam durante a campanha e, na composição com um vitorioso de outro partido, uns grupos ficam, outros vão embora. Isso era impensável no passado, exceto no Rio, onde constantes intervenções da direção nacional mais atrapalharam do que ajudaram a unidade do partido.

Do ponto de vista nacional, existem louváveis tentativas de costurar uma certa organicidade no partido que está há nove anos no poder, mas numa coalizão que vai, a partir dele (com seus setores mais de centro-esquerda e outros à esquerda) até partidos de extrema-direita, convivendo com uma oposição que interrompe o arco de alianças ao tentar situar-se ao centro (embora com muita tendência à direitização). A direção nacional tenta definir uma pauta política do próprio partido, que não esteja atrelada simplesmente às posições de governo, e discute seriamente mudanças na legislação eleitoral e partidária para evitar que quadros ideológicos desapareçam diante da necessidade de fazer caixa de campanha (e portanto atrair o interesse das empresas), e para interromper o processo de favorecimento de lideranças boas de voto e dinheiro, em detrimento dos melhores quadros orgânicos.

Sem a reforma eleitoral e partidária, certamente o PT, como partido de governo num regime presidencialista com as características do nosso, não deixará de crescer. Com uma reforma eleitoral que privilegie o voto distrital, também tem chances de manter um crescimento consistente. Com finaciamento privado de campanha, todavia, deixará de ser em pouco tempo o partido que se diferencia no quadro partidário. Em muito pouco tempo. Está no seu limite.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Um dia volta!

Pré-sal e a “diplomacia da canhoneira”. Ou o canudinho da Chevron


Os Marines em Macaé. Os colonistas do PiG não aparecem na foto
A histórica decisão do Governo brasileiro de suspender as atividades da Chevron do Cerra em águas territoriais brasileiras  – clique aqui para ler “Essa é a Chevron a que o Cerra ia entregar o pré-sal” – remeteu o ansioso blogueiro a considerações em águas mais profundas.

Por exemplo, a recente artigo do New York Times sobre a versão contemporânea da “diplomacia da canhoneira”.

Os Estados Unidos começaram a usar as canhoneiras para fazer diplomacia em 1853, quando o comandante Perry entrou na Baía de Tóquio e obrigou o Japão a abrir os portos – ou seja, o neolibelismo (*) nasce na ponta de uma canhoneira…

A diplomacia da canhoneira de hoje se dá em torno das reservas de petróleo e gás do Mar da China Meridional: 

http://www.nytimes.com/2011/11/13/sunday-review/a-new-era-of-gunboat-diplomacy.html?_r=1&scp=1&sq=a%20new%20era%20of%20gunboat%20diplomacy&st=cse

http://www.nytimes.com/2011/11/20/world/asia/wen-jiabao-chinese-leader-shows-flexibility-after-meeting-obama.html?scp=3&sq=south%20china%20sea%20obama%20hillary&st=cse

Obama announced that 2,500 Marines would be stationed in Australia; opened the door to restored ties with Myanmar, a Chinese ally; and gained support for a regional free-trade bloc that so far omits Beijing.


The announcements appeared to startle Chinese leaders, who issued a series of warnings that claimed the United States was seeking to destabilize the region.


Numa recente viagem de seis dias à Ásia, Obama anunciou que vai estacionar 2.500 fuzileiros navais na Austrália; restabelecer relações diplomáticas com Miamar, um aliado da China; e conseguiu apoio para criar uma ALCA que, por enquanto, omite a China.

(A certa altura do governo de Bush, o filho, os americanos tentaram montar uma ALCA sem o Brasil, para pressionar o Brasil. O Nunca Dantes e seu grande chanceler Celso Amorim conseguiram vencer os Estados Unidos e o PiG (**), e a ALCA deu com os burros n’água.)

Os dirigentes chineses ficaram alarmados e fizeram advertências contra a tentativa americana de desestabilizar a região em torno do Mar da China Meridional.


Clique aqui e aqui para ler.

Ano passado, Hillary Clinton já tinha advertido que se aliaria ao Vietnã – velho rival da China – e às Filipinas para conter a expansão chinesa em cima dessas magníficas reservas de energia.

Diz a reportagem de Mark Lander do New York Times que a China não está sozinha nessa ambição marítima.

A Turquia está em crise com Chipre, Israel e a Grécia por causa dos campos de gás natural que repousam no Mediterrâneo oriental.

A Rússia, os Estados Unidos e o Canadá (onde já se viu o Canadá brigar com os Estados Unidos ?) disputam o controle do Ártico, onde há magníficos depósitos de óleo e gás.

“Isso tudo demonstra que uma crescente parcela de recursos de petróleo está no mar. Quando o petróleo está em terra, todo mundo sabe onde fica. Quando está no mar, a coisa fica mais obscura”.

Essas sábias palavras são de Daniel Yergin, um respeitado especialista em petróleo, citado pelo New York Times.

Hoje, um terço da produção mundial de petróleo vem do mar.

A China passou dos dois destroiers que tinha na era soviética para 13 modernos destroiers, hoje.

A exploração de petróleo no mar significa Marinha forte.

Significa, na opinião deste ansioso blogueiro, uma frota numerosa de submarinos nucleares e, de preferência, acompanhados de bomba atômica.

Bomba atômica.

Não, para usar.

Inglaterra, França, Paquistão, Índia, China, Rússia – todos eles têm bomba atômica e nunca usaram.

Como Israel, que tem mais de 100 artefatos e nunca usou.

É só para não deixar os outros usarem.

Não deixar usar, por exemplo, o canudinho.

Será que a Chevron do Cerra se arrebentou lá embaixo, porque tentava chupar o óleo pré-sal com canudinho ?

A resposta da Presidenta Dilma à Chevron do Cerra foi imediata.

Logo no início, quando o PiG (**) escondia a mancha da Chevron e começava a espalhar culpa pela Petrobrás, a Presidenta usou o Blog do Planalto para avisar:  – Chevron, eu sei que a culpa é sua.

Agora, o risco imediato é a Chevron do Cerra contratar o Sergio Bermudes ou o Marcio Thomaz Bastos – os dois advogados mais poderosos do Brasil – e recorrer ao Supremo para não pagar a multa.

A médio prazo, é o Obama sair do Iraque, do Afeganistão, e estacionar umas canhoneiras em frente a Macaé.

Na praia, com bandeirinhas americanas, os colonistas (***) do PiG a dar boas vindas aos fuzileiros navais.

Leia mais no Conversa Afiada

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Brasil, os BRICS e a nova arma "hipersônica" dos EUA

O fato de os Estados Unidos, mesmo em crise econômica e política - com milhares de pessoas ocupando as ruas para protestar contra o sistema - terem anunciado o sucesso, há três dias, do vôo de teste, entre o Havaí e as Ilhas Marshall, de uma nova bomba voadora, de velocidade supersônica, capaz de atingir qualquer ponto do globo em menos de uma hora, tem que servir de alerta para o Brasil e para os BRICS.
Enquanto investimos bilhões na compra de equipamento e tecnologia militar obsoleta, como os submarinos Scorpéne e, eventualmente, o Rafale, desenvolvidos há mais de 30 anos, os Estados Unidos não cessam de pesquisar novas armas de destruição em massa, e sistemas de armamento naval como o canhão magnético de munição cinética, anunciado no ano passado, que não depende de combustível para atingir alvos a uma distância de 300 quilômetros.
Isso, apesar de Washington ter um déficit de 7 trilhões de dólares, boa parte dele derivado dos 35 bilhões de dólares que gasta, por semana, para manter seus soldados no Iraque e no Afeganistão, países dos quais já prepara a retirada de suas tropas convencionais - com o rabo entre as pernas - a partir do ano que vem.
A insistência de os Estados Unidos em continuarem se armando, mesmo em uma situação de crise econômica e institucional crescente, aponta para a cristalização de uma perigosa equação, que, do ponto de vista do resto do mundo – excetuando-se a Europa, cada vez mais submissa aos interesses norte-americanos - equivale a um mendigo louco com uma arma na mão na praça de alimentação de um Shopping, ou, à velha metáfora, mais usada antigamente, de um macaco solto em uma loja de louças.
Como a história mostrou nos anos do equilíbrio do terror da Guerra Fria, quando os EUA não ousariam invadir países como o Iraque e o Afeganistão, sem a aquiescência tácita da URSS, de nada adianta construir uma nova ordem multipolar, se o poder no mundo continuar obedecendo a uma situação unipolar do ponto de vista militar.
O BRICS tem se erguido, nos últimos anos, na economia e na diplomacia, justamente para fazer frente à Europa e aos Estados Unidos, porque o mundo não pode continuar refém, como tem acontecido, das decisões que são tomadas em uma Europa e em uma América do Norte cada vez mais frágeis, no âmbito político-institucional, e cada vez mais decadentes, do ponto de vista econômico.
Nada disso funcionará, no entanto, se a projeção do crescente poder do BRICS não se fizer, também, na área militar. Não dá para se pensar em uma estratégia de defesa viável, no futuro, se não juntarmos nossos recursos financeiros e tecnológicos, nosso conhecimento e nossos pesquisadores militares aos da Rússia, da China, da Índia e da África do Sul para o desenvolvimento de uma nova geração de armamentos que vá, como está ocorrendo com os Estados Unidos, um pouco além do armamento convencional hoje existente.
Não se pode confiar nem cooperar com os países ocidentais nessa área. Eles só nos vêem como “parceiros” da hora dos coquetéis de seus adidos militares, ou no quando tem interesse de nos vender material obsoleto para utilizar o lucro no desenvolvimento de novas gerações de armamentos. Quando chega o momento de a onça beber água, eles se aliam entre si, e nos vêem como sempre nos viram, como um bando de subdesenvolvidos. Que o diga a Argentina, que até hoje não esqueceu as lições que aprendeu quando precisou de armamento para reposição na Guerra das Malvinas.

Por Mauro Santayana no seu Blogue

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Chê, um trago y una cancion com Sabalero

Cenas de Livramento, um povoado distante na fronteira com o Uruguai



Foto de J.Cavalheiro/PM no Jornal A Platéia
A foto acima retrata fielmente o modus operandi da política fronteiriça. Nesta interminável novela de desocupação da praça Flores da Cunha, na fronteira entre Livramento/Rivera, o restojo é o sorriso do prefeito e secretários nas paginas do jornal. Em Livramento, desde sempre “políticos” convencionais usam do expediente fiteiro de foto em jornal pra convencer a corte. Pra qualquer desavisado, a foto acima sugere algo bom, resultado de uma política eficiente, conclusiva. Só parece, na verdade o gestor tartufo e seus sorridentes secretários estão cumprindo uma ação judicial e mesmo assim de forma parcial. Não existe nenhum motivo pra sorrisos ou gabolices. Aliás é vergonhoso que depois de tanta luta pela desocupação, restauração e devolução da praça e por um local definitivo e digno pra os trabalhadores, se culmine com esta cena deplorável de barraquinhas de plastico nas paginas de jornais.
Registro também que esta vitória parcial, da comunidade e dos trabalhadores da “Praça dos Cachorros” só foi possível pela luta e engajamento de vários atores, com destaque dos ativistas do Blogue Santana do Livramento Do qual transcrevo o texto abaixo.

_____________________________________

Prefeito Wainer só quer beber a limonada

As notícias sobre Livramento, nos últimos dias, dão conta que houve a retirada dos camelôs da Praça dos Cachorros, bem como o cercamento com tapumes deste espaço público desvirtuado de suas funções urbanas por mais de três décadas. Contudo, essas mesmas notícias trazem uma distorção dos acontecimentos que precisam ser recolocados nos termos da verdade factual.  

O prefeito Wainer Machado está contorcendo a realidade em favor de sua administração inoperante e omissa. Por sete longos anos, o prefeito Machado se omitiu da responsabilidade de cumprir a lei quanto à presença de comércio ambulante em local impróprio e junto à linha de fronteira, desafiando assim a legislação municipal – Código de Posturas e Lei do Plano Diretor – e a própria legislação federal que trata das linhas limítrofes internacionais.  

Depois de uma longa campanha cívica iniciada aqui neste modesto blog, em julho de 2010, depois de um ordenamento judicial que obrigou o prefeito Machado a desocupar a praça e realocar os ambulantes, agora este mesmo prefeito vem discursando a retórica do cinismo e do oportunismo. Quer fazer do limão azedo, uma limonada doce e gelada! Dá entrevistas, fala nas rádios e se manifesta como se fora o protagonista número um do processo de legalização e organização do espaço público na linha de fronteira. Não é. Nunca foi.

As mudanças estão se operando porque houve mobilização popular, porque houve pressão social, institucional e política, porque houve a tomada de consciência de autoridades do Ministério Público e do Poder Judiciário. Esta é a verdade factual.

O prefeito Wainer é agente passivo nesta operação, apenas cumpre ordens do Judiciário, nada mais.

Saibam todos que o prefeito Wainer está cumprindo determinação judicial irrecorrível e intransferível, caso contrário poderia sofrer graves sanções e até perder o cargo de chefe do Poder Executivo do município de Livramento. Para piorar a situação, é preciso informar (já que a imprensa local não o faz como deveria) que o município de Livramento é réu em uma Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público acerca do descaso da Prefeitura para com as irregularidades na linha de fronteira.      
   
O prefeito Wainer está querendo pegar carona numa obra coletiva que não lhe pertence, e ainda assim quer tomar lugar de honra e posar todo pimpão na vitrina dos acontecimentos. Mal conseguindo ocultar a condição de réu, Wainer insiste e teima em fazer proselitismo político-eleitoral, apostando num comportamento espetaculoso e irresponsável.    

Antigamente o nome disso era demagogia, que nos bons dicionários significa “ação ou discurso que simula virtude com objetivos escusos”.