quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Imprensa livre é imprensa privada?


A ideologia liberal – dominante nestes tempos – costuma caracterizar se um país é democrático, pelo seu regime político, fazendo suas perguntas clássicas: se há pluralismo partidário, separação de poderes no Estado, eleições periódicas e imprensa livre. Não contempla a natureza social do país, se há universalização de direitos básicos, se se trata de uma democracia social ou apenas do sistema político.

Um dos problemas dessa visão redutiva que marca o liberalismo, seccionando a esfera político-institucional do resto da formação social, é que vai buscar a resposta no lugar errado. Saber se um país é democrático é saber se sua sociedade é democrática. O sistema político é uma parte dela e deveria estar em função não de si mesmo, mas de criar uma sociedade democrática.

Mas o pior desses critérios é tentar fazer passar que imprensa privada é critério de democracia. Imprensa privada (isto é, fundada na propriedade privada, na empresa privada) como sinônimo de imprensa livre é uma contradição nos termos. Imprensa centrada na empresa privada significa a subordinação do jornalismo a critérios de empresa – lucro, custo-benefício, etc. . etc., a ser financiado por um dos agentes sociais mais importantes – as grandes empresas. O que faz com que a chamada imprensa “livre” seja, ao contrário, uma imprensa caudatária dos setores mais ricos da sociedade, presa a seus interesses, de rabo preso com as elites dominantes.

A chamada imprensa “livre” representa os interesses do mercado, dos setores que anunciam nos veículos produzidos por essas empresas, que são mercadorias, que transformam as noticias e as colunas que publicam em mercadorias, que são compradas e vendidas, como toda mercadoria.

Antes de serem vendidos aos leitores, os jornais – assim como os outros veículos – são primeiro vendidos às agencias de publicidade, que são os instrumentos fundamentais de financiamento da imprensa “livre”. “Um anúncio de uma página em Les Echos (publicação econômica francesa), com tarifa normal, rende mais do que a totalidade de suas vendas nas bancas” – diz Serge Halimi, em artigo no Le Monde Diplomatique de outubro.

São então “livres” de quê? Do controle social, da transparência do seu financiamento, da construção democrática da opinião pública. Prisioneiros do mercado, dos anúncios, das agências de publicidade, das grandes empresas privadas, do dinheiro.

Uma imprensa livre, democrática, transparente, não pode ser uma imprensa privada, isto é, mercantil. Tem que ser uma imprensa pública, de propriedade social e não privada (e familiar, como é o caso das empresas jornalísticas brasileiras).

A Conferência Nacional de Comunicacáo, a ser realizada em novembro, é um momento único para redefinir as leis brasileiras, promovendo a construçãao e o fortalecimento de uma imprensa realmente livre, democrática, transparente, pública.

Postado por Emir Sader

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Lula peita Gilmar sobre MST. Já estava na hora

Lula coloca Gilmar no seu devido lugar: ventriloquo de FHC
O presidente Lula resolveu, finalmente, enfrentar o auto-nomeado líder da oposição, o Supremo Presidente do Supremo, Gilmar Dantas(*)
Gilmar Dantas(*) na 898º entrevista desta semana desafiou o governo a suspender as transferências legais de recursos a movimentos sociais, como o MST
O governo, como se sabe, não dá dinheiro ao MST.
Leia aqui trecho da reportagem na Folha Online:
Não precisa de dinheiro para cometer barbáries, diz Lula sobre MST
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com irritação nesta terça-feira à declaração do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, que ontem defendeu punição para atos criminosos cometidos por movimentos sociais.
“Eu não acho nada. Não acho absolutamente nada”, afirmou o presidente ao ser perguntado sobre as declarações de Mendes. Depois, ressaltou que as entidades que pedem dinheiro a algum órgão do governo precisam apresentar documentos e proposta que passam “por um crivo” que libera ou não o dinheiro.
Como se sabe, o MST recebe recursos de instituições, como a Emater, que, segundo critérios previstos em Lei, financia projetos agrícolas.
Numa entrevista, o presidente Lula disse, primeiro, que as transferências para o MST continuarão e, o que deve significar um tiro no peito dos seguidores da senadora Kátia Abreu, afirmou que dará curso à atualização dos índices de produtividade da terra, como pré-condição para realizar a reforma agrária.
Quando um repórter perguntou o que achava das opiniões do Supremo Presidente do Supremo, Lula disse “não acho absolutamente nada”.
Essa técnica de desqualificar o interlocutor evidentemente desqualificado, o presidente Lula utilizou recentemente numa entrevista em que massacrou – clique aqui para ler – um repórter do PiG(**).
O repórter da Folha (***), suposto órgão de imprensa da reduzida base de apoio a Zé Pedágio, quis saber o que o presidente Lula achava da opinião de Zé Pedágio sobre o imposto na entrada de capital estrangeiro.
O objetivo secreto do repórter da Folha(***) era elevar o Zé Pedágio à condição de interlocutor privilegiado para contestar uma política do Governo Federal.
Ou seja, fazer escada para o Zé Pedágio.
O presidente Lula observou que a opinião do Zé Pedágio sobre o câmbio ou sobre qualquer outra coisa “não interessa” a ninguém.
Agora, sobre o MST, o presidente Lula faz o mesmo e coloca o Supremo Presidente do Supremo no seu devido lugar: o de um megalomaníaco, que dá palpite sobre tudo, na tentativa de ocupar o espaço que a oposição lhe concedeu.
Clique aqui para ler “Lula dizimou a oposição e só sobrou o Gilmar”.
Conversei com amigos que o conhecem de longa data para tentar diagnosticar a patologia do Supremo Presidente do Supremo.
Defendi a tese de que ele foi acometido de hubris – clique aqui para ler.
O meu amigo tem uma tese menos elaborada.
Considera que o Supremo Presidente cumpre apenas o dever de defender os interesses políticos que sempre defendeu e que culminou com a sua nomeação para o Supremo, a maior das heranças malditas de Fernando Henrique Cardoso.
Diz o meu amigo, que conhece a matéria como a palma da mão, que Gilmar Dantas (*) defende os mesmo tipos de interesses desde que na AGU, Advocacia Geral da União, cuidou com empenho e zelo dos precatórios do Ministério dos Transportes nos bons tempos de Elizeu Padilha e o Farol de Alexandria.
Segundo essa interpretação, Gilmar Dantas(*) não é um ministro do Supremo nem presidente do Supremo.
Ele continua a ser o advogado geral do governo Fernando Henrique.
E por isso deu dois HCs em 48 horas a Daniel Dantas, o passador de bola condenado por passar bola.
Porque ele, Gilmar, e a torcida do Flamengo sabem que Daniel Dantas detem a caixa preta do governo FHC.
O presidente Lula vai pendurar Fernando Henrique no pescoço do Serra.
O Serra vai tentar jogar Fernando Henrique no mar como fez em 2002 e como anuncia seu aliado Roberto Freire - clique aqui para ler a reveladora entrevista a um jornal do Ceará deste presidente de partido que não se elege vereador em Recife.
Quem vai defender Fernando Henrique e seus esqueletos até a morte será Gilmar Dantas(*).
Paulo Henrique Amorim
Em tempo: O Conversa Afiada reproduz nota veiculada no portal do MST
Quatro deputados federais que assinaram o requerimento favorável à criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) contra o MST receberam doações da Sucocítrico Cutrale, empresa que monopoliza o mercado de laranja do Brasil e acumula denúncias na Justiça.
De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a fazenda da Cutrale ocupada neste mês por trabalhadores rurais Sem Terra em Iaras (SP), é uma área pública grilada.
Arnaldo Madeira (PSDB/SP) recebeu, em setembro de 2006, R$ 50.000,00 em doações da empresa. Carlos Henrique Focesi Sampaio, também do PSDB paulista, e Jutahy Magalhães Júnior (PSDB/BA), obtiveram cada um R$ 25.000,00 para suas respectivas campanhas. Nelson Marquezelli (PTB/SP) foi beneficiado com R$ 40.000,00 no mesmo período.
Os quatro parlamentares que votaram favoravelmente à CPI integram a lista dos 55 candidatos beneficiados pela empresa em 2006.
Clique aqui para ler na íntegra

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Abaixo-assinado repudia criminalização do MST

Contra a violência do agronegócio e a criminalização das lutas sociais 22 de outubro de 2009
As grandes redes de televisão repetiram à exaustão, há algumas semanas, imagens da ocupação realizada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em terras que seriam de propriedade do Sucocítrico Cutrale, no interior de São Paulo. A mídia foi taxativa em classificar a derrubada de alguns pés de laranja como ato de vandalismo.
Uma informação essencial, no entanto, foi omitida: a de que a titularidade das terras da empresa é contestada pelo Incra e pela Justiça. Trata-se de uma grande área chamada Núcleo Monções, que possui cerca de 30 mil hectares. Desses 30 mil hectares, 10 mil são terras públicas reconhecidas oficialmente como devolutas e 15 mil são terras improdutivas. Ao mesmo tempo, não há nenhuma prova de que a suposta destruição de máquinas e equipamentos tenha sido obra dos sem-terra.
Na ótica dos setores dominantes, pés de laranja arrancados em protesto representam uma imagem mais chocante do que as famílias que vivem em acampamentos precários desejando produzir alimentos.
Bloquear a reforma agrária
Há um objetivo preciso nisso tudo: impedir a revisão dos índices de produtividade agrícola – cuja versão em vigor tem como base o censo agropecuário de 1975 – e viabilizar uma CPI sobre o MST. Com tal postura, o foco do debate agrário desloca-se dos responsáveis pela desigualdade e concentração para criminalizar os que lutam pelo direito do povo. A revisão dos índices evidenciaria que, apesar de todo o avanço técnico, boa parte das grandes propriedades não é tão produtiva quanto seus donos alegam e estaria, assim, disponível para a reforma agrária.
Para mascarar tal fato, está em curso um grande operativo político das classes dominantes objetivando golpear o principal movimento social brasileiro, o MST. Deste modo, prepara-se o terreno para mais uma ofensiva contra os direitos sociais da maioria da população brasileira.
O pesado operativo midiático-empresarial visa isolar e criminalizar o movimento social e enfraquecer suas bases de apoio. Sem resistências, as corporações agrícolas tentam bloquear, ainda mais severamente, a reforma agrária e impor um modelo agroexportador predatório em termos sociais e ambientais como única alternativa para a agropecuária brasileira.
Concentração fundiária
A concentração fundiária no Brasil aumentou nos últimos dez anos, conforme o Censo Agrário do IBGE. A área ocupada pelos estabelecimentos rurais maiores do que mil hectares concentra mais de 43% do espaço total, enquanto as propriedades com menos de 10 hectares ocupam menos de 2,7%. As pequenas propriedades estão definhando enquanto crescem as fronteiras agrícolas do agronegócio.
Conforme a Comissão Pastoral da Terra (CPT, 2009) os conflitos agrários do primeiro semestre deste ano seguem marcando uma situação de extrema violência contra os trabalhadores rurais. Entre janeiro e julho de 2009 foram registrados 366 conflitos, que afetaram diretamente 193.174 pessoas, ocorrendo um assassinato a cada 30 conflitos no primeiro semestre de 2009. Ao todo, foram 12 assassinatos, 44 tentativas de homicídio, 22 ameaças de morte e 6 pessoas torturadas no primeiro semestre deste ano.
Não violência
A estratégia de luta do MST sempre se caracterizou pela não violência, ainda que em um ambiente de extrema agressividade por parte dos agentes do Estado e das milícias e jagunços a serviço das corporações e do latifúndio. As ocupações objetivam pressionar os governos a realizar a reforma agrária.
É preciso uma agricultura socialmente justa, ecológica, capaz de assegurar a soberania alimentar e baseada na livre cooperação de pequenos agricultores. Isso só será conquistado com movimentos sociais fortes, apoiados pela maioria da população brasileira.
Contra a criminalização das lutas sociais
Convocamos todos os movimentos e setores comprometidos com as lutas a se engajarem em um amplo movimento contra a criminalização das lutas sociais, realizando atos e manifestações políticas que demarquem o repúdio à criminalização do MST e de todas as lutas no Brasil.
Ana Clara Ribeiro
Ana Esther Ceceña
Boaventura de Sousa Santos
Carlos Nelson Coutinho
Carlos Walter Porto-Gonçalves
Claudia Santiago
Claudia Korol
Ciro Correia
Chico Alencar
Chico de Oliveira
Daniel Bensaïd
Demian Bezerra de Melo
Fernando Vieira Velloso
Eduardo Galeano
Eleuterio Prado
Emir Sader
Gaudêncio Frigotto
Gilberto Maringoni
Gilcilene Barão
Heloisa Fernandes
Isabel Monal
István Mészáros
Ivana Jinkings
José Paulo Netto
Lucia Maria Wanderley Neves
Luis Acosta
Marcelo Badaró Mattos
Marcelo Freixo
Maria Orlanda Pinassi
Marilda Iamamoto
Maurício Vieira Martins
Mauro Luis Iasi
Michael Lowy
Otilia Fiori Arantes
Paulo Arantes
Paulo Nakatani
Plínio de Arruda Sampaio
Reinaldo A. Carcanholo
Ricardo Antunes
Ricardo Gilberto Lyrio Teixeira
Roberto Leher
Sara Granemann
Sergio Romagnolo
Virgínia Fontes

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Desrespeito a Lula já cansou?

Ataques ao governo Lula fazem parte da paisagem jornalística brasileira. Tornaram-se previsíveis como os acidentes geográficos; irremediáveis como o dia e a noite. Naturalizaram-se, a tal ponto que já se lê os jornais pulando essas ocorrências, como os olhos ignoram trechos vulgares de caminhos rotineiros. O que mais espanta, porém – e a cobertura da viagem do São Francisco reforça esse desconcerto - não é a crítica , mas o tom desrespeitoso desse jornalismo. Com a aproximação das eleições de 2010, ansiedade pelo fracasso recrudesceu. A tal ponto ela se tornou caricatural que já aparecem os primeiros sintomas de saturação. O artigo é de Saul Leblon

Ponto de Saturação
por Saul Leblon, em Carta Maior
“Alojamento de Lula tem risoto, uísque e roda de viola até a madrugada.” Sob esse título auto-explicativo, a Folha [edição de 16-10] resumiu em uma retranca o espírito da cobertura oferecida aos seus leitores durante a viagem de três dias feita pelo Presidente Lula às obras de interligação de bacias do rio São Francisco, uma das mais importantes do seu governo.
O propósito de diminuir e tratar o assunto com escárnio e frivolidade se reafirmou em legendas de primeira página ao longo da visita. No dia 15-10, o jornal carimbava uma foto de Lula e da ministra Dilma Rousseff pescando no São Francisco, em Buritizeiro (MG), com a chamada: 'Conversa de Pescadores' . A associação entre a legenda e o discurso da oposição, para quem as obras são fictícias e a viagem, eleitoreira, sintetiza o engajamento de um jornalismo que já não se preocupa mais em simular isenção.
No dia 17, de novo na primeira página , o jornal estampa a foto do Presidente atravessando o concreto ainda fresco sobre a legenda colegial: ‘A ponte do rio que caiu’. A imagem de Lula equilibrando-se em tábuas improvisadas inoculava no leitor a versão martelada em toda a cobertura: trata-se de uma construção improvisada, feita a toque de caixa, com objetivo apenas eleitoreiro. É enfadonho dizê-lo, mas o próprio jornal se contradiz ao entrevistar Dom Luis Cappio, o bispo de Barra (BA), um crítico ferrenho da obra. Segundo afirmou o religioso ao jornal, ‘as obras avançam como um tsunami’. Sua crítica recai no que afirma ser a ‘marolinha’ das medidas - indispensáveis - de recuperação ambiental do rio. Diga-se a favor do governo que estas, naturalmente, serão de implementação mais lenta, na verdade talvez exijam um programa permanente.
Como o próprio bispo de Barra esclarece, não se trata apenas de promover o saneamento de esgotos e dejetos nas cidades ribeirinhas, como já vem sendo feito, ineditamente, talvez, na história dos rios brasileiros de abrangência interestadual. O resgate efeitvo do São Francisco passa também pela recuperação das matas ciliares, prevista nas obras, mas remete igualmente à recuperação de toda a ecologia à montante e para além dos beiradões, inclusive as veredas distantes onde estão nascentes, olhos d’água, lagoas de reprodução destruídos pela rapinagem madereira e carvoeira. Só quem acredita em milagres pode exigir, como faz Dom Cáppio, que um único governo reverta essa espiral de cinco séculos de omissão pública da parte, inclusive, daqueles que demagogicamente criticam as obras hoje como ‘uma ameaça ao velho Chico’.
O único acesso que a família Frias ofereceu aos leitores para que pudessem avaliar a verdadeira dimensão da obra ficou escondido na página interna da edição do dia 17, na belíssima foto que ilustra a página 12. Ali, um Lula solitário caminha por um gigantesco canal de concreto que rompe o horizonte até lamber o céu sertanejo. Há um simbolismo incontornável na imagem de um Presidente que se despede diluindo-se em uma obra gigantesca. Ela consagra seu retorno à terra de onde partiu como retirante e para onde voltou, Presidente, levando água a quem não tem - compromissos mantidos, apesar de tudo.
A solenidade da foto contrasta com o tom de adolescência abusada da cobertura, o que impediria o jornal de utilizar a imagem na primeira página, embora do ponto de vista estético e jornalístico ela fosse muito superior à escolhida. Tanto que o editor da página 12 não se conteve e abriu cinco colunas para a fotografia.
Ataques ao governo Lula fazem parte da paisagem jornalística brasileira. Tornaram-se previsíveis como os acidentes geográficos; irremediáveis como o dia e a noite. Naturalizaram-se, a tal ponto que já se lê os jornais pulando essas ocorrências, como os olhos ignoram trechos vulgares de caminhos rotineiros.
O que mais espanta, porém – e a cobertura da viagem do São Francisco reforça esse desconcerto - não é a crítica , mas o tom desrespeitoso desse jornalismo. Nesse aspecto não houve rigorosamente qualquer evolução após seis anos em que todos os preconceitos contra Lula foram desmoralizados na prática. A retomada do crescimento com inflação baixa e maior equidade social, por exemplo, distingue seu governo positivamente da paz salazarista imposta pela ortodoxia tucana no segundo mandato de FHC. A popularidade internacional do chefe de Estado brasileiro constitui outro fato sem precedente, só suplantado, talvez, pela velocidade da recuperação da nossa economia em meio à maior crise do capitalismo desde 1930. Tudo desautoriza as previsões catastróficas das viúvas provincianas do tucano poliglota.
Mas se a realidade desmentiu o preconceito, em nenhum momento a mídia conservadora deu trégua a um indisfarçável desejo de vingança que pudesse comprovar a pertinência de uma rejeição de classe ao governo Lula . Com a aproximação das eleições de 2010, a ansiedade pelo fracasso recrudesceu. A tal ponto ela se tornou caricatural que já aparecem os primeiros sintomas de saturação.
Em artigo publicado no Estadão [19-10] o físico José Goldemberg, por exemplo, um quadro de extração tucana, saiu em defesa da construção de hidrelétricas pelo governo Lula, objeto de críticas estridentes de um jornalismo que prefere esquecer a origem do apagão em 2001/2002. Na área da saúde, o respeitado cardiologista Adib Jatene, que já foi secretário de Paulo Maluf mas supera qualquer viés político pela inegável competência científica e discernimento público, tem vindo a campo com freqüência defender a necessidade de um novo imposto, capaz de mitigar o estrago causado à saúde pública pela revogação da CPF. Mais uma ‘obra coletiva’ assinada pela mídia e a coalizão demotucana.
O economista Luiz Carlos Bresser Pereira, do staff serrista, foi outro a manifestar seu desagrado com o estado das coisas. Bresser, que já defendeu abertamente o projeto de Lula para o pré-sal, rechaçou a demonização do MST articulada pela mídia e ruralistas, por conta da derrubada de laranjeiras em terras públicas ocupadas pela Cutrale [artigo na Folha 19-10]. Pode ser apenas miragem do horário de verão, mas o que essas manifestações parecem indicar é uma rebelião da inteligência –ainda que avessa ao PT - contra a a idiotização da agenda nacional promovida pelo jornalismo demotucano.
A patogenia infelizmente não é privilégio brasileiro. Na Argentina, o cerco da grande imprensa ao governo Cristina Kirchner recorre a expedientes idênticos de mentiras, fogo e fel . Com Morales, na Bolívia, não tem sido diferente. Na Venezuela, há tempos, o aparato midiático tornou-se paradigma de um engajamento que atravessou o Rubicão do golpismo impresso para se incorporar fisicamente à quartelada que quase derrubou Chávez em 2002 . Enganam-se os que enxergam aí também a evidência de uma fragilidade congênita à democracia latinoamericana. Acima do Equador as coisas não vão melhores. O democrata Barack Obama é vítima de um cerco raivoso e racista de jornais e redes, como é o caso da Fox, do direitista Rupert Murdoch que detém também o Wall Street Journal.
Quer ler o final deste artigo? Tem de ir à Carta Maior.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Trabalho morto: Marx e Lênin mereceriam Nobel de Economia

Paul Craig Roberts (*) - Counterpunch
"O capital é trabalho morto, o qual, como um vampiro, vive apenas para sugar o trabalho vivo, e quanto mais sobreviver, mais trabalho sugará". (Karl Marx)
Se Karl Marx e V. I. Lênin hoje estivessem vivos, seriam os principais candidatos ao Prêmio Nobel de Ciência Econômica. Marx previu a miséria crescente dos trabalhadores e Lênin previu a subordinação da produção de bens à acumulação de lucros do capital financeiro com a compra e venda de instrumentos de papel. As suas previsões são de longe superiores aos "modelos de risco" aos quais tem sido atribuído o Prêmio Nobel e estão mais próximos da moeda do que as previsões do presidente do Federal Reserve, de secretários do Tesouro dos EUA e de economistas nobelizados tais como Paul Krugman, o qual acredita que mais crédito e mais dívida são a solução para a crise econômica.
Na primeira década do século XXI não houve qualquer aumento no rendimento real dos trabalhadores americanos. Houve sim um declínio agudo na sua riqueza. No século XXI os americanos sofreram dois grandes crashes no mercado de acções e a destruição da sua riqueza imobiliária.
Alguns estudos concluíram que os rendimentos reais dos americanos, excepto para a oligarquia financeira dos super ricos, são menores hoje do que na década de 1980 e mesmo da de 1970. Não examinei estes estudos de rendimento familiar para determinar se eles foram enviesados pelo aumento nos divórcios e pela percentagem de famílias monoparentais. Contudo, durante a última década é claro que o salário líquido real declinou.
A causa principal deste declínio é a deslocalização (offshoring) de empregos americanos de alto valor acrescentado. Tanto empregos na manufatura como em serviços profissionais, tais como engenharia de software e trabalho com tecnologia de informação, foram relocalizados em países com forças de trabalho grandes e baratas.
A aniquilação de empregos classe média foi disfarçada pelo crescimento na dívida do consumidor. Quando os rendimentos dos norteamericanos cessaram de crescer, a dívida do consumidor expandiu-se para substituir o crescimento do rendimento e manter a procura do consumir em ascensão. Ao contrário de aumentos nos rendimentos do consumidor devidos ao crescimento da produtividade, há um limite para a expansão do endividamento. Quando aquele limite é atingido, a economia cessa de crescer.
A pauperização dos trabalhadores não resultou do agravamento de crises de super-produção de bens e serviços mas sim do poder do capital financeiro para forçar a relocalização da produção para mercados internos em terras estrangeiras. As pressões da Wall Street, incluindo pressões de tomadas de controle (takeovers), forçaram firmas manufatureiras americanas a "aumentar os rendimentos dos acionistas". Isto foi feito pela substituição de trabalho americano por trabalho barato estrangeiro.
Corporações deslocalizadas ou que passam a encomendar fora a sua produção manufactureira, divorciando portanto os rendimentos dos americanos da produção dos bens que eles consomem. O passo seguinte no processo aproveitou-se da alta velocidade da Internet para mover empregos em serviços profissionais, tais como engenharia, para fora. O terceiro passo foi substituir o resto da força de trabalho interna por estrangeiros trazidos para cá a um terço do salário com o H-1B [1] , L-1 [2] e outros vistos de trabalho.
Este processo pelo qual o capital financeiro destruiu as perspectivas de emprego de norteamericanos foi endossado pelo economistas do "livre mercado", os quais receberam privilégios pela deslocalização de firmas em troca da propaganda de que os americanos beneficiar-se-ia com uma "Nova Economia" baseada em serviços financeiros, e pelos seus sócios no negócio da educação, os quais justificavam vistos de trabalho para estrangeiros com base na mentira de que a América produz poucos engenheiros e cientistas.
Nos dias de Marx, a religião era o ópio das massas. Hoje são os media. Basta ver a informação dos media que facilita a capacidade da oligarquia financeira de iludir o povo.
A oligarquia financeira está a anunciar uma recuperação enquanto o desemprego nos EUA e os arrestos de lares estão em aumento. Este anúncio deve a sua credibilidade às altas posições de onde vêem, aos problemas de informação sobre folhas de pagamento que exageram o emprego e à eliminação para dentro do buraco da memória de qualquer americano desempregado durante mais de um ano.
Em 2 de Outubro o estatístico John William do www.shadowstats.com informou que o Bureau of Labor Statistics havia anunciado uma revisão da sua estimativa preliminar do indicador anual do emprego em 2009. O BLS descobriu que o emprego em 2009 fora super-declarado em cerca de um 1 milhão de postos de trabalho. John Williams acredita que a diferença foi realmente de dois milhões de postos de trabalho. Ele informa que "o modelo nascimento-morte actualmente acrescenta [um ilusório] ganho líquido de cerca de 900 mil empregos por ano à informação sobre emprego".
O número de empregos nas folhas de pagamentos não agrícolas é sempre a manchete da informação. Contudo, Williams acredita que o inquérito às famílias de desempregados é estatisticamente mais correcto do que o inquérito às folhas de pagamento. O BLS nunca foi capaz de reconciliar a diferença nos números nos dois inquéritos ao emprego. Na sexta-feira passada, o número de empregos perdidos apresentado nas manchetes era de 263 mil para o mês de Setembro. Contudo, o número no inquérito às famílias era de 785 mil empregos perdidos no mês de Setembro.
A manchete da taxa de desemprego de 9,8% é uma medida reduzida ao essencial que em grande medida subdeclara o desemprego. As agências de informação do governo sabem disto e relatam outro número de desempregados, conhecido como U-6. Esta medida do desemprego nos EUA fixava-se nos 17% em Setembro de 2009.
Quando os trabalhadores desencorajados pelo desemprego a longo prazo são acrescentados outra vez ao total dos desempregados, a taxa de desemprego em Setembro de 2009 eleva-se a 21,4%. O desemprego de cidadãos americanos poderia realmente ser ainda mais alto. Quando a Microsoft ou alguma outra firma substitui milhares de trabalhadores americanos por estrangeiros com vistos H-1B, a Microsoft não relata um declínio de empregados na folha de pagamento. No entanto, vários milhares de americanos ficam então sem empregos. Multiplique isto pelo número de firmas dos EUA que estão apoiar-se em companhias estrangeiras fornecedoras de mão-de-obra para tecnologia de informação ("body shops") para substituir a sua força de trabalho americana com trabalho barato estrangeiro ano após ano e o resultado são centenas de milhares de desempregados americanos não relatados.
Obviamente, com mais de um quinto da força de trabalho americana desempregada e os remanescentes enterrados em hipotecas e dívidas de cartões de crédito, a recuperação económica não está no quadro.
O que está acontecendo é que as centenas de milhares de milhões de dólares de dinheiro do TARP dado aos grandes bancos e os milhões de milhões (trillions) de dólares que foram acrescentados ao balanço da Reserva Federal foram despejados no mercado de acções, produzindo uma outra bolha, e na aquisição de bancos mais pequenos por bancos "demasiado grandes para falir". O resultado é mais concentração financeira.
A expansão da dívida subjacente a esta bolha corroeu novamente a credibilidade do dólar como divisa de reserva. Quando o dólar começar a ir, tomadores de decisão em pânico elevarão as taxas de juros a fim de proteger a capacidade de contração de empréstimos do Tesouro. Quando as taxas de juros ascendem, o que resta da economia dos EUA afundará.
Se o governo não pode contrair empréstimos, ele imprimirá dinheiro para pagar as suas contas. A hiper-inflação atingirá a população norteamericana. O desemprego maciço e a inflação maciça infligirão ao povo norteamericano uma miséria que nem mesmo Marx e Lênin poderiam conceber.
Enquanto isso, economistas da América continuam fingindo que estão lidando com uma recessão normal do pós-guerra que requer meramente uma expansão da moeda e do crédito a fim de restaurar o crescimento econômico.
07/Outubro/2009 [1] H-1B: categoria de visto para não imigrantes que permite ao patronato dos EUA procurar ajuda temporária de estrangeiros qualificados que tenham bacharelado.
[2] L-1: documento de visto para entrar nos EUA como não imigrante e válido por períodos de tempo de até três anos. São geralmente concedidos para empregados de companhias internacionais com escritórios nos EUA.
[*] Ex-secretário assistente do Tesouro na administração Reagan, co-autor de The Tyranny of Good Intentions. (PaulCraigRoberts@yahoo.com)
O original encontra-se em http://www.counterpunch.org/roberts10072009.html Este artigo (em português) encontra-se em http://resistir.info/.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Duda Pinto imperdivel no Panfleto

- Duda Pinto é um colunista "social" do panfleto da Tamandaré, também conhecido como A Platéia(clique e confira)
- Hoje em sua coluna on-line ele fala sobre Mulheres de ouro.
- Segundo o colunista a promoção brinda belas senhoras de nossa (?) sociedade.
- Aos domingos elas aparecem divinas e maravilhosas no panfleto, segundo o colunista.
- Creio que a promoção das divinas senhoras ainda não começou, pois a foto que "embeleza a coluna" é esta abaixo.
- Imitando o jargão do colunista,: "Então tá..."





O PiG(*) é a Fox do Brasil. Lula, faça como o Obama


Bill O’Reilly é o Jabor da Fox. Ele também grita, mas não baba de ódio.


Acompanhe, por favor, o raciocínio de um amigo navegante:
- A prova do Enem sumiu de dentro de uma gráfica da Folha.
Clique aqui para ler artigo da Carta Maior
- O jornal nacional dá crédito a uma pesquisa do Globope para desacreditar o Censo do IBGE, uma das instituições mais respeitadas do Brasil.
- O Estadão diz que o presidente Lula abre as arcas do Tesouro de madrugada, e, sorrateiramente, se encontra com o Stédile na garagem do Ministério da Fazenda para dar grana ao MST.
(Só para ficar nos acontecimentos de hoje.)
Por que o Presidente Lula não faz o que o Obama fez com a Fox News (do Murdoch) ?
Clique aqui para ler no Azenha
Obama disse que a Fox – quer dizer, a Globo e o PiG (*) – não é um órgão de imprensa.
Está a serviço de um partido político, o Republicano.
Que a Fox é o “traveco” do jornalismo: por fora e por cima, informação; por dentro e por baixo, opinião.
Que essa maquiagem não passa de propaganda política.
Que a Fox é como o PiG (*): um partido, golpista e de oposição.
Não é imprensa.
Por que o Presidente Lula não faz o mesmo ?
E descredencia os jornalistas do PiG (*) – esses que chamam “patrão de colega”, como diz o Mino Carta – dos órgãos públicos.
Suspende todas as entrevistas e briefings.
E passa se comunicar a través de blogs, como do Planalto e o da Petrobrás.
Ou em cadeia de radio e televisão.
E deixa o PiG (*) inventar o que quiser.
O Brizola se comunicava através de “tijolões”.
A Cristina Kirchner se recusou a dar uma única entrevista e foi eleita presidente da República.
E agora aprovou no Congresso, por maioria esmagadora, uma “Ley de Medios” para enfraquecer o poder golpista da Globo (quer dizer, do Clarín).
O Obama se recusa a dar informação à Fox News.
Simples.
Não tem mais informação para o PiG (*).
Que tal, amigo navegante ?
Paulo Henrique Amorim

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Yeda e seus aliados debocham do povo gaúcho


Acredite se quiser. Yeda Crusius escreve hoje em seu blog:
“O melhor modo de reduzir e evitar a corrupção, é dar eficiência e transparência aos gastos feitos através de dinheiro público. Esse é o modelo de governo que por decisão política temos, pactuado com a população que nos elegeu, o governo de gestão, decisão política de barrar a corrupção na origem: as dificuldades de uma máquina pública ineficiente, lenta e cheia de intermediários”.
No mesmo dia, os deputados da base do governo que participam da Comissão Especial do Impeachment estão protagonizando um dos mais lamentáveis episódios da história do Parlamento gaúcho. Sem que a Comissão tenha se reunido uma única vez para analisar e debater os documentos que embasam o pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB), decidem arquivar o processo, sob o comando de Zilá Breitenbach (PSDB) e Pedro Westphalen (PP). Estão se lixando para a vontade da maioria da população que defende a investigação das denúncias de corrupção. Mais do que se lixando, estão debochando de toda a sociedade no dia em que ela toma conhecimento que a governadora comprou, com dinheiro público, móveis, colchões, puffs, entre outros utensílios para mobiliar sua casa.
Segundo a nota oficial divulgada ontem, trata-se de “bens e serviços necessários à habitabilidade do local onde o governante reside”. Algumas perguntas são feitas hoje por milhares de pessoas:
Yeda Crusius não tem dinheiro para comprar um puff? Por que é que o Estado precisa fazer essa compra? Isso é exemplo de gestão moderna, de eficiência?
Se não há nada de irregular nestas compras, por que o governo do Estado escondeu o assunto até hoje? Se não há nenhum problema, por que os pedidos de informações que partiram da Assembléia Legislativa não foram respondidos prontamente? Isso é exemplo de transparência?
Mas nada disso importa ao governo tucano e à sua base parlamentar. A sua única preocupação é enterrar as investigações sobre as inúmeras denúncias de corrupção que pesam sobre as costas dos atuais ocupantes do Piratini. Apostam na eficácia da lógica da naturalização do absurdo que vem sendo empregada há meses.
O vice-governador grava uma conversa com o chefe da Casa Civil onde este, entre outras coisas, diz que empresas públicas são utilizadas para fazer caixa de campanha para partidos da base do governo. Nada demais. Nenhum fato novo. Não há provas.
O secretário de Planejamento sai de uma entrevista coletiva que anunciava o resultado de investigações sobre a fraude no Detran e vai tomar um choppinho com um dos principais acusados de envolvimento na fraude. Coisa pouca. Prova o quê?
Um dos ex-coordenadores da campanha da governadora revela detalhes sobre o uso de caixa-dois, caixa-três e desvio de recursos na campanha da governadora. Não há fato novo.
O ex-presidente do Detran ameaça ir na CPI para denunciar o uso de recursos públicos para pagar gastos pessoais da governadora. Fato velho.
A lista é extensa. Não cabe num puff. Talvez caiba em uma gaveta. Ou em um arquivo. O governo Yeda e seus deputados estão arquivando a história republicana do Estado do Rio Grande do Sul e chamando seu povo de idiota.


Foto: Jefferson Bernardes/Palácio Piratini

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Amorim é o melhor chanceler do mundo. O que farão os da Globo ?

Na foto, uma reação espontânea ao assistir à entrevista de um chanceler da Globo
O portal Vermelho chama a atenção para texto da revista americana The New Foreign Policy, que considera Celso Amorim o melhor chanceler do mundo, já que nenhum outro conseguiu “com tanta eficácia uma transformação de tal magnitude do papel internacional de seu país”.
Temos aí, amigo navegante, um problema muito sério.
Como ficarão os chanceleres de O Globo e do PiG (*)?
Celso Lafer, Luiz Felipe Lampreia, Rubens Barbosa, Marcos Azambuja e até o Farol de Alexandria, que foi Ministro das Relações Exteriores do Governo Itamar (**)e deixou marca indelével na política externa brasileira (qual, mesmo, hein?)
Como ficam esses chanceles ou wanna-be chanceleres que vão para a Globo e para o PiG (*) meter o pau no Brasil, e não abrem mão da aposentadoria que recebem do Itamaraty ?
É um problema sério.
Assistiremos a uma cerimônia coletiva de cortação de pulsos …
Paulo Henrique Amorim

São Paulo conseguiu o que queria: Boicotar o ENEM


O ENEM vazou em São Paulo.
Quem imprimiu as provas do ENEM foi a gráfica da Folha (*), a Plural.
As universidades de São Paulo subordinadas ao Governador do Estado, aqui conhecido como Zé Pedágio – clique para votar em trepidante enquete – decidiram não dar bola para o ENEM.
O novo prazo das provas do ENEM não atrapalha em absolutamente nada o programa escolar para o ano que vem.
Trata-se de uma forma de secessão.
Um Fort Sumter da Paulicéia – o início da Guerra da Secessão em que os estados escravocratas decidiram sair da União americana.
O Governo de São Paulo usa sempre um mesmo tipo de “tapetão” para boicotar políticas públicas do Governo Federal.
O Governo do Pedágio gosta é do dinheiro federal para inaugurar obras e dizer que são dele.
O “tapetão” funcionou na “gripe suína”.
Uma gripe de letalidade igual ou menor do que a gripe de inverno, de todos os anos, Zé Pedágio, a Folha (*) e a Globo transformaram numa hecatombe universal.
Zé Pedágio, célere, para desmoralizar o Ministério da Saúde, fechou as portas das escolas de São Paulo e não cancelou os jogos do Brasileirão da Globo, onde o risco de contágio era muito maior.
Agora, no “tapetão”, por coincidência, escolas subordinadas ao Zé Pedágio – USP e Unicamp – ignoram o ENEM.
O ENEM do Ministro Fernando Haddad é muito melhor, mais amplo e mede melhor conhecimento do aluno do que o do Paulo Renato, que tentou privatizar os elevadores do Ministério da Educação, no tempo do Fernando Henrique.
O dedo dele deve estar na canhoneira de Fort Sumter.
Ele foi o primeiro a dizer que culpa do vazamento era do Lula.
Como diz o sábio Fernando Lyra, São Paulo não pensa o Brasil.
Ou como diz esse modesto Conversa Afiada, a elite branca de São Paulo – de que Zé Pedágio é a barriga de aluguel – é separatista.
A prova ?
Vá ver, amigo navegante, como Zé Pedágio trata os nordestinos das favelas de São Paulo.
Paulo Henrique Amorim no Coversa Afiada
Leia também jornal nacional: universidades do Zé Pedágio pularam fora do Enem

terça-feira, 6 de outubro de 2009

FGV: Brasil cresce até 7% em 2010

Economistas da FGV estimam crescimento de até 7% em 2010
da Agência Brasil
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas divulgou nesta segunda-feira análise econômica na qual destaca a possibilidade de que 2010 seja um ano de "economia espetacularmente aquecida". Nesse contexto, "é certo que o Brasil vai se expandir a um bom ritmo", com crescimento numa faixa entre 4,5% e 7%.
Os analistas da FGV acham que um avanço de 7% no PIB (Produto Interno Bruto) --soma das riquezas produzidas no país-- "não é, de forma alguma, inconcebível", e consideram a eventualidade de uma recuperação em "V", na qual a intensidade da retomada seria equivalente à força da contração ocorrida na virada de 2008 para 2009. Eles traduzem para a economia a lei da física, segundo a qual "a toda ação corresponde uma reação de igual intensidade".
Quanto ao piso de 4,5% previsto para o crescimento, a carta do Ibre ressalta que "por mais que se reprima o otimismo, dificilmente seria justificável qualquer previsão de crescimento, em 2010, inferior a 4,5%". Esse patamar, aliás, é chamado por economistas da FGV de "conservador", em razão do histórico de expansão do país na última década e também porque acreditam que a recuperação virá na esteira de uma recessão, o que, segundo eles, "amplifica o efeito da retomada".
Um crescimento de 4,5% seria, portanto, na avaliação dos economistas, um cenário de mais tranquilidade para o Banco Central, uma vez que, sem o fantasma da pressão inflacionária, a autoridade monetária poderá manter a taxa Selic em 8,75% ao ano por muito tempo. Além disso, adianta a análise, o BC tampouco teria que se preocupar com o "timing [prazo máximo] para retirada dos estímulos fiscais anticíclicos".
Em contrapartida, se o crescimento apontar para taxa próxima a 7%, a capacidade de produção da economia será pressionada no decorrer de 2010 e o BC enfrentará o desconforto de "ter que puxar o freio da política monetária em plena campanha eleitoral". Esse cenário torna-se mais verossímil, segundo a análise, quando se avalia os poderosos estímulos à demanda, criados pelo governo, e cuja gestão futura "pode não estar imune" à equação político-eleitoral de 2010.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A inveja mata. O ódio enterra.


A inveja mata, diz um conhecido ditado.

Bastaram poucas horas após o anúncio de que o Rio será sede das Olimpíadas 2016 para que uma série de artigos de crítica ao presidente Lula e aos seus sentimentos de patriotismo, inundassem como uma torrente, as páginas on-line da Folha de São Paulo.

Os artigos se repetem e questionam Lula como se, ao presidente de um país, não coubesse, nessa hora, elogiar o esforço daqueles homens e mulheres que contribuíram para que a maior festa de congraçamento da humanidade, viesse para o Brasil, ainda que no longínquo 2016.

Acostumado a dizer que tem vergonha de ser brasileiro, um dos jornalistas da Folha dedica-se não só a ofender, como sempre faz, ao presidente Lula, mas a lembrar dos males que quinhentos anos de má administração, preconceito racial, irresponsabilidade social e muita impunidade, fizeram ao país.

Como se a Lula coubesse a culpa pela situação e não os méritos de pela primeira vez, enfrentá-la com boa, ainda que não suficiente, dose de coragem. Lembram ainda com ironia este e outros jornalistas da Folha, que o patriotismo foi usado pela ditadura militar para combater à esquerda, quando esta reclamava da falta de liberdades básicas, como a de imprensa. Assim, segundo eles, a esquerda, da qual Lula faz parte, não poderia usar o patriotismo, “uma arma exclusiva da ditadura” paracomemorar o bom momento que vive o país em todos os setores da economia, da evolução da sociedade e do prestigio do país no exterior.

Outros vão mais além, merecendo o carinhoso apelido de “colonistas”, criado por Paulo Henrique Amorim em seu blog, para designar aqueles colunistas que pregariam abertamente a volta do Brasil à condição de colônia de potencias estrangeiras. Agora, é claro, já não a colônia de Portugal, mas de um grande país da América do Norte.

De qualquer forma, para um jornal que tem em seu currículo a acusação, nunca desmentida de haver emprestado veículos próprios, de seu patrimônio, para o transporte ilegal de cidadãos que caíram presos políticos, sem mandado judicial, durante uma ditadura militar, a Folha está em péssimas condições para combater o patriotismo ou o uso, por Lula das conquistas de seu governo.

Afinal, as acusações de colaboracionismo com a tortura não prescreveram e estão ao alcance de qualquer pesquisa, mesmo acadêmica e pela internet. Ao fazer brincadeiras e ironias com os sentimentos patrióticos do povo e do presidente da República, a Folha ofende a memória não só dos mortos e torturados que suas caminhonetes eventualmente teriam transportado, mas de todos os que morreram combatendo o regime de exceção que seu proprietário, à época, ajudou a implantar.Carta Maior

O artigo é de Rogério Mattos Costa, no Carta Maior

Efeito olimpico
















quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Suspeita: gráfica que vazou Enem é da Folha ? Será possível ? O PiG (*) seria capaz disso ?

Na foto, o presidente da República e o seu Frias, na inauguração da Plural

A gráfica de onde vazou a prova do Enem teria sido a gráfica Plural, da Folha (*), que fica em Alphaville, em Santana do Parnaíba, perto de São Paulo.
Alguém da empresa da Folha teria vazado para um jornalista do Estadão e não da Folha.
Será possível ?
A Plural foi contratada para fazer a impressão das provas.
Será que a Polícia Federal vai ter peito de investigar a Folha ?
Clique aqui para ler sobre as últimas manipulações políticas do diretor geral da Polícia Federal, que levaram à greve na instituição.
Isso seria verdade, amigo navegante ?
Será que a tentativa do PiG (*) de derrubar o presidente Lula chegou a esse ponto: boicotar o Enem para cancelá-lo ?
Não deve ser verdade, não é isso, amigo navegante ?
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Leia mais no Conversa Afiada

O "companheiro" Skaf

30/09/2009 - 17h35
Paulo Skaf se filia ao PSB
RENATA LO PRETE
do Painel da Folha
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, acaba de assinar a ficha de filiação ao PSB, partido pelo qual pretende disputar o governo de São Paulo, informa Renata Lo Prete, editora do Painel da Folha. A sigla, que tem Ciro Gomes como pré-candidato à Presidência da República, já havia filiado ontem o vereador tucano Gabriel Chalita para concorrer ao Senado.
Antes de se acertar com o PSB, Paulo Skaf tentou PV, PMDB e PR. Mas, por diferentes razões, nenhuma dessas siglas lhe ofereceu a garantia da candidatura ao Palácio dos Bandeirantes.
Na semana passada, Skaf afirmou que a filiação não significava automaticamente que disputaria as eleições do próximo ano. "Se eu me filiar, não significa que eu vou me candidatar. Não existe candidatura em 2009. Acho importante que as pessoas se filiem para ter uma participação maior na vida do país. Em outros países, a filiação está na cultura", afirmou.
Em conversas com interlocutores, Skaf tem dito que pesa contra a sua filiação o fato de que ainda tem mais dois anos de mandato no comando da Fiesp e a possibilidade de concorrer à reeleição.
Nota do Viomundo: Nessa toada a Disney ainda vai comprar a exclusividade do uso da palavra "comunista".
Nota do Blog: Este é o PSB do Ciro (tucano de carteirinha) e filhote do Jereissati, e aqui no Rio Grande guasca temos o PSBeto, aliado de manu e Berfran Rosado. Do Wainer-dinovo que governa Livramento o "Rincão do atraso" coligado com o PSDB e o DEM. Este partido de fachada Socialista, seguindo o exemplo de São Paulo poderá concorrer ano que vem aliado á FARSUL e FIERGS. Imaginar que este partido já teve em seus quadros Adelmo Genro, Arraes e Bisol.